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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 25/06/2024 - 12:56

Registro fotográfico: Jubarte com Pão de Açúcar

Fotógrafo registra salto de baleia-jubarte com o Pão de Açúcar ao fundo no Rio de Janeiro. Temporada de migração dos mamíferos atrai turistas e exige cuidados para avistamento responsável. Embarcação deve manter distância mínima de 100 metros das baleias. População de jubartes cresce devido a medidas de conservação.

"A foto da vida 💙💙💙💙💙", resumiu o fotógrafo Humberto Baddini, de 32 anos, ao falar sobre o clique com a sincronia perfeita entre uma baleia-jubarte e o Pão de Açúcar. A foto, publicada no Instagram e curtida mais de 110 mil vezes, foi feita na tarde de segunda-feira (24) durante um passeio de observação dos gigantes mamíferos que estão de passagem pela costa do Rio de Janeiro em seu caminho para Abrolhos, na Bahia.

A decisão de embarcar no passeio, saindo da Ilha da Coroa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi de última hora. Humberto conta que uma das motivações foi acompanhar a previsão do tempo e ver que seria o último dia de céu aberto, sol e sem chuva. O fotógrafo também, de certa forma, seguiu o instinto de que seria um bom dia.

— Não estava programado. Foi de última hora. Tem feito dias lindos no Rio, sabia que ontem era o último de tempo bom. A empresa Rio Boat Experience tinha entrada em contato oferecendo de e ir. Falei com eles ontem mesmo e tinha vaga para o passeio das 14h. Saímos da Ilha da Coroa e em 15 minutos começamos a ver baleias. Foi a primeira vez que vimos tão rápido. Depois fomos para a Praia de São Conrado, onde elas deram um show. E eu consegui fazer essa composição, com o Pão de Açúcar ao fundo e a baleia no mesmo ângulo — conta o fotógrafo.

Bacharel em Direito e fotógrafo profissional desde 2018, Humberto fala dos desafios de fotografar na natureza, com uma baleia como protagonista. Essas gigantes entraram em seu catálogo de modelos no ano passado, quando se encantou ao participar de um passeio. Na temporada passada, registrou uma jubarte e, em outra ocasião, fez um vídeo de uma baleia-franca com um filhote na Praia de São Conrado, Zona Sul do Rio. Neste ano, na semana passada, com um drone filmou quatro jubartes juntas. A tarefa, conta, não é nada fácil:

— Fotografar é difícil. A lente é com zoom muito grande, e perco o campo de visão. É difícil, com o barco balançando, não sabemos quando vai pular. O barco fica a uma distância segura de 100 metros das baleias, com isso, precisa ter um equipamento apropriado — diz. Uma bióloga acompanhava o passeio e explicou sobre as jubartes. — Só temos uma ideia se vão saltar, quando levantam a cauda, e afundam. Mas não tem como prever. Tem que ter paciência e rezar para acertar o foco da baleia.

O desafio é provado através dos números. Ontem, foram tiradas 312 fotos e, de acordo com o fotógrafo, só 19 ficaram boas. Um dos vários saltos, por exemplo, ficou fora de foco. O balanço do mar marca um ritmo próprio.

— Não sou desse mundo da fotografia animal. Ano passado que despertou esse interesse, quando descobri a rota das baleias aqui no litoral. E esse ano eu já vim mais preparado. A tendência é que passasse mais baleias por aqui. Foi planejamento e muita sorte — conta.

Humberto faz quadros fine art, com fotos que se transformam em quadros. O Rio, por si só, é o modelo ideal dos cliques. As obras são vendidas através do site do fotógrafo. O cenário é só elogios:

— A maioria dos meus clientes queria fotos do Rio, e acabei me especializando. Acabo espalhando minha arte na casa e no trabalho das pessoas. Sempre tento uma composição diferente, uma luz diferente, para o cliente ter na casa dele, como uma obra de arte.

O fotógrafo Humberto Baddini trabalha com quadros fine art, com paisagens do Rio de Janeiro — Foto: Humberto Baddini/Arquivo pessoal
O fotógrafo Humberto Baddini trabalha com quadros fine art, com paisagens do Rio de Janeiro — Foto: Humberto Baddini/Arquivo pessoal

Ilustres visitantes

As baleias-jubarte movimentam as águas desde o início da temporada, oficialmente no começo deste mês. Vindas da gelada Antártica, o litoral brasileiro tem as águas quentes como atrativo e no Banco dos Abrolhos, no sul da Bahia, no Nordeste do país, a principal área de reprodução da espécie. A passagem desses animais por águas fluminenses deve se prolongar até agosto.

Até lá, o número de avistamentos tende a crescer ainda mais, com pico em julho, reflexo direto do aumento da população das jubartes, num esforço de conservação desde 1986, quando foi proibida a caça comercial de baleias pela Comissão Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês). No ano seguinte, a lei federal nº 7643 proibiu a pesca e qualquer forma de molestamento intencional de cetáceos em águas jurisdicionais brasileiras. Especialistas estimam que a espécie, que já esteve na lista de animais em risco de extinção, hoje, conta com cerca de 35 mil indivíduos.

Regras e cuidados durante um avistamento de baleias

  • É vetado aproximar-se de qualquer espécie de cetáceo com o motor ligado (engrenado) a menos de 100 metros de distância do animal mais próximo, devendo o motor ser obrigatoriamente mantido em neutro
  • É vetado ligar (reengrenar) o motor para afastar-se dos animais antes de avistá-los claramente na superfície a uma distância de, no mínimo, 50 metros da embarcação
  • Dois é o número máximo de embarcações próximas aos animais ao mesmo tempo
  • É vetado perseguir, com o motor ligado (engrenado) qualquer espécie de cetáceo por mais de 30 minutos ainda que respeitadas as distâncias estipuladas
  • É vetado interromper o curso do animal, dividindo-os ou dispersando-os
  • É vetada a prática de mergulho ou natação a uma distância inferior a 50 metros
  • Os observadores devem evitar barulhos altos, como gritos
  • É desaconselhável perseguir os animais com motos aquáticas e tentar aproximação intencional com pranchas de surfe, a vela e a remo, assim como caiaques e canoas

Fauna marinha bem na foto

O Rio de Janeiro tem se mostrado um habitat ideal para diversas espécies de animais marinhos. Desde maio são feitos diversos registros nas águas cariocas, e mesmo que sem pretensão.

Em maio, o biólogo marinho e fotógrafo Ricardo Gomes conseguiu flagrar cenas de rara beleza e vida em abundância no fundo da Baía de Guanabara. As águas surpreendentemente claras possibilitaram registros noturnos pouco comuns: uma grande tartaruga-verde que roubou a cena, um curioso baiacu de espinhos, um bagre, uma santola, um coió e um cangulo, entre muitos outros.

Nos últimos dias, o mar com águas claras "estilo Caribe" facilitaram o encontro com algumas espécies pouco flagradas. Como mostrou a coluna de Ancelmo Gois, no sábado, o fotógrafo e mergulhador Rico Sombra nadava no Leblon quando, bem perto do Pontão, se deparou com um cardume de 12 arraias de diversos tamanhos. As maiores, segundo ele, chegavam a 80 centímetros de largura.

No último domingo, mais de trinta golfinhos foram vistos próximo das Ilhas Cagarras. Os cetáceos foram filmados pela dupla de amigos Dinho Amaral e Antônio Albano. Eles saíram para um passeio de barco do Marimbás, em Copacabana.

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