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Por — Rio de Janeiro

O imbróglio da Serra de Petrópolis ganhou anteontem um novo elemento, quando um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes encaminhem documentos de um estudo de viabilidade para uma nova concessão no prazo de 60 dias. O movimento ocorre no momento em que a Concer, que administra a Rio-Juiz de Fora desde 1995, negocia a extensão de seu contrato com o governo, afirmando estar pronta para iniciar obras em até 45 dias após um possível acordo.

Presidente da Concer, Marco Ladeira, propõe contrato estendido por mais 15 anos em troca da conclusão da obra da Nova Subida da Serra para Petrópolis — Foto: Divulgação
Presidente da Concer, Marco Ladeira, propõe contrato estendido por mais 15 anos em troca da conclusão da obra da Nova Subida da Serra para Petrópolis — Foto: Divulgação

A concessionária se ampara na portaria nº 848/2023, do Ministério dos Transportes, em que é determinada uma série de premissas, além da apresentação de estudo de vantajosidade e de pareceres técnicos, que devem ser encaminhados pela ANTT ao TCU.

A decisão do tribunal cita “graves deficiências e irregularidades” na execução do contrato e reforça a “inexistência de amparo jurídico” para que o contrato seja adiado em troca da conclusão da obra. A Concer rebate, afirmando que são citados temas desatualizados, já respondidos judicialmente, e que há uma sentença favorável à companhia em 1ª instância, que reconhece a extensão do contrato é legal. Já a ANTT argumenta ter sido impedida judicialmente de exigir obrigações contratuais e que seu corpo técnico “está empenhado em concluir o processo para envio à Corte de Contas e que está dedicada à busca pela melhor solução para o trecho rodoviário para uma nova licitação”.

A Concer parece otimista, e a ANTT fala em enviar documentação protocolar ao TCU para uma nova licitação. Parecem sintonias diferentes.

Qual é a situação hoje?

Um pequeno histórico, e tudo que eu falar é rastreável, é que o governo estabeleceu o valor de R$ 80 milhões na época (do início da concessão) e o projeto seria feito depois. O projeto foi feito, aprovado, cumpriu todos os regulamentos e licenças. Foi feito um reequilíbrio do contrato entre 2012 e 2013, de forma que a diferença de valores seria paga em três aportes: um de 30% no final de 2014, 50% no final de 2015 e os últimos 20% quando a obra terminasse. Mas esses aportes não aconteceram, o que considero um “Big bang”, quando teve um desequilíbrio no contrato.

Qual é a proposta da Concer?

A gente sempre buscou consenso. Entregamos nossa proposta em novembro: com projeto certificado por uma certificadora independente, faremos a modernização do (projeto do) túnel, com uma rota de escape subterrânea em caso de acidente com fogo. Terá acessos (para pedestres) a cada 250 metros, em vez de 500. Nossa proposta é começar as obras em 45 dias uma vez que tenha acordo, entregar em 18 meses até o Belvedere — dos KM 102 a 89, que é a parte mais sinuosa e onde mais tem escorregamento — e fazer o túnel no prazo de 33 meses.

Quanto dessas obras, paradas em 2016, estão prontas? Algo precisará ser refeito?

O túnel está 70% pronto, enquanto a obra (como um todo) é perto dos 50%. Nós já fizemos uma investigação de engenharia e, na nossa proposta, está a recuperação dessas partes que precisam ser tratadas: Algumas vigas com ferrugens precisam ser limpas, o revestimento do túnel precisa ser trocado, algumas contenções que precisam ser concluídas, trechos duplicados ser recapeados.

Também tem alguma medida de olho em eventos climáticos extremos?

Nossa proposta é elevar a rodovia na Baixada Fluminense, na altura da Reduc (em Duque de Caxias). O suficiente para evitar alagamentos.

TCU apontou sobrepreço na obra. A Concer reconhece?

Existiam erros de cálculo, é verdade. Mas contra e a favor da companhia. Se você fizesse um balanceamento entre o que era contra e a favor, a companhia não tinha que pagar, mas receber.

Qual valor a Concer calcula que tem a receber?

Dá em torno de R$ 2 bilhões, a partir de uma perícia judicial. E a nossa proposta é dar um desconto nisso: os acionistas abririam mão de parte desse valor em favor de fechar um acordo. Estamos prontos para uma retomada da obra, mas o governo está fazendo o certo de ter um pé em duas canoas, porque o acordo com a companhia pode não sair.

A ANTT entende que quem deve mais de R$ 400 mi a ela é a Concer.

Como é que ela quer me cobrar de um negócio que ela me casou? Quem causou inadimplência, desequilíbrio no contrato e desequilíbrio no contrato quer punir duplamente a companhia?

Só tarifa do pedágio sustentará as obras? O valor irá aumentar?

Entre os itens que são pedidos, fala-se sobre a capacidade de tomar endividamento. Eu preciso do contrato regularizado, para que eu possa sentar com uma instituição financeira e falar “olha, o meu potencial de receita é esse aqui”. Esse potencial de receita me permite tomar um financiamento de X milhões, para que eu inicie as obras. Hoje o pedágio está em R$ 14,50 e eu garanto que (a tarifa) ficará abaixo do edital, uma coisa não muito diferente do que é hoje. Uma obrigação da Portaria 848 é, que na medida em que você faz entregas, é permitido fazer um degrau nessa tarifa.

Quanto a empresa arrecada por ano, com pedágio?

Em torno de R$ 320 milhões por ano. Hoje, a companhia nem vê o dinheiro. Grande parte dos recursos ainda vão para os credores. A ordem de grandeza é que a gente fica com (o que recebe em) 15 dias do mês para tocar a companhia, e os outros 15 vão para credores.

O maior problema na falta de recurso é na pavimentação?

Tem outros problemas também. Mas há curvas na subida da Serra que, pelos caminhões que passam hoje, não se pode intervir na via, porque precisará parar a via por dois ou três dias. Imagine o problema que causaria à sociedade. O desequilíbrio na concessão faz a Concer procurar o que é prioridade, e a segurança é nossa prioridade. Então, se a companhia tiver que tomar a decisão entre melhorar o pavimento ou uma contenção importante, onde pode rolar uma pedra... as pessoas analisam a questão do pavimento, mas têm que ver todo. Tem que ver a floresta, não, a árvore.

Qual é a vida útil da Serra?

Não tem. Já passou há muito tempo, tanto que o edital de 1995 já previa a construção da nova subida da Serra. Já passou muito tempo e isso nos custa tempo e acidentes. O tráfego que passa ali hoje é muito diferente, além do tipo de carga e de caminhão: são cargas muito complexas, e que não conseguem subir a Serra pela subida. Precisamos fechar a descida durante um período de tempo, para que esses veículos subam pela contramão.

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