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Regina Gonçalves, de 88 anos, é uma das moradoras mais antigas do Chopin, edifício vizinho do centenário Copacabana Palace. Viúva há 30 anos do empresário Nestor Gonçalves, a idosa é dona de uma grande fortuna, com imóveis espalhados pelo Rio, joias e outros bens, e é conhecida pelas festas e eventos com a alta sociedade carioca. Desde o início deste ano, contudo, vizinhos e amigos têm sentido falta de Regina. Segundo um amigo próximo, ela sofreu um golpe e foi mantida em cárcere privado pelo motorista pessoal. Atualmente, está se recuperando do trauma ao lado da família.

O sumiço dela fez com que a ex-deputada estadual e empresária Alice Tamborindeguy lançasse uma pergunta em suas redes sociais: "Quero muito saber cadê a Regina". Logo surgiu a notícia de que a socialite teria sido vítima do golpe de um motorista que levou da idosa dinheiro, joias e objetos de valor. A pergunta ecoou e foi publicada na coluna da jornalista Lu Lacerda na última quinta-feira. Ao GLOBO, Tamborindeguy disse que a idosa é uma "pessoa de alma elegante". Alice, mãe da ex-deputada, era amiga e vizinha de Regina.

— Regina e minha mãe conversavam bastante. Regina sempre recebia bem os amigos, uma pessoa muito social e agradável. Era comum vê-la com o motorista, saindo de carro. De repente, ela sumiu, ninguém soube mais dela. Parece que a família a blindou. Perdemos o contato do telefone dela. Ficamos com medo aqui no prédio de que algo acontecesse com ela. Rogo a Deus que ela esteja bem. O Chopin é uma família, por isso a nossa preocupação — disse a empresária.

Empresária e sem herdeiros

Regina nasceu na Cidade de Passos, em Minas Gerais. Filha de imigrantes portugueses, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu o paulista Nestor Gonçalves, com quem foi casada até 1994. Os dois nunca tiveram filhos. Em 2012, o ex-vereador Jairinho elaborou uma ementa que concedeu à Regina o título de Cidadã Honorária do município do Rio de Janeiro. Na justificativa para o decreto, enfatizou os investimentos de Regina e do falecido marido à cidade.

Após o falecimento do marido, ela herdou uma fazenda em Angra dos Reis, na Costa Verde do estado, e outra em Cuiabá, onde investia no gado de corte. Também se tornou presidente do Grupo Nestor Gonçalves, fundado quando o Rio de Janeiro ainda era conhecido como Estado da Guanabara. A Copag, antiga produtora de baralhos, compunha o grupo.

Segundo um morador antigo do Chopin, que preferiu não se identificar, Regina Gonçalves era personalidade caricata do prédio, que usava até roupa de “oncinha” e joias para andar de bicicleta.

— Pelo o que eu sabia, a Regina era proprietária de uns 5 ou 6 apartamentos no Chopin. Um deles chegou a ser negociado com a Hebe Camargo, mas a Regina acabou aceitando proposta de uma outra mulher. Ela também tinha várias casas em São Conrado, além de lojas pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Era uma mulher que vivia para se proporcionar o melhor.

Segundo ele, a socialite havia unido dois apartamentos do Chopin, acumulando um espaço de quase 800 metros quadrados, onde vivia sozinha, apenas na companhia de funcionários.

— A Regina era simpática, bem humorada, parecia personagem de alguma esquete do Miguel Falabella — brincou. — Lembro de vê-la, certa vez, andando por Copacabana usando joias enormes, com as pedras esmeralda e água-marinha. Perguntei se ela não tinha medo de ser roubada e recebi como resposta: “medo? Não. Essas pedras são tão grandes que ninguém vai acreditar que são verdadeiras”, e riu.

Desaparecimento

O GLOBO conseguiu falar com o empresário João Chamarelli, que disse representar a família de Regina. Ele confirmou que a socialite fora vítima de um golpe do motorista, que a mantinha em cárcere privado, mas ela conseguiu escapar, após um descuido dele. Segundo Chamarelli, o caso foi registrado na polícia e o inquérito corre em segredo de justiça.

— Ela está se recuperando gradativamente, ficando bem disposta. Está com a família, na casa do irmão em Copacabana, com a cunhada e o sobrinho. Ela havia perdido muitos quilos. Conseguiu fugir dele no Edifício Chopin, por um descuido. Ele se distraiu, ela desceu, conseguiu abrir o elevador e fugiu para a casa desse irmão em Copacabana — contou Chamarelli.

Perguntado sobre o que foi levado da viúva, o empresário respondeu que estava sendo feito um inventário do material roubado:

— Realmente, é um contexto complexo. Os cofres da casa foram arrombados, mais de cinco. Ela tinha uma coleção de joias. Houve a venda de uma das mansões na Rua Capuri, em São Conrado, local de alto padrão. Inclusive, a principal mansão, onde tem a nascente de água que fornece para todo o condomínio.

Chamarelli relatou que os amigos perderam o contato com Regina, porque Rodrigues a "blindou gradativamente":

— De repente, não conseguíamos falar com ela pelo telefone fixo. Era só no celular dele. Depois, nem no celular dele. Ninguém imaginava que isso poderia acontecer ali. Aquele edifício é quase um anexo do Copacabana (Palace). A atenção fica por ali. Nunca passou pela nossa cabeça que alguém teria a ousadia de praticar níveis de assédio e violência num local tão observado.

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