Rogério de Andrade tem 11 anotações criminais na Justiça; relembre denúncia e prisões

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Após a morte de Castor de Andrade, em 1997, Rogério e Paulo Roberto de Andrade, filho de Castor, passaram a viver em pé de guerra pelo espólio do bicheiro. Em outubro de 1998, Paulo e seu motorista, Haroldo Alves Bernardo, foram mortos. Rogério e seu irmão, Renato, viraram réus, suspeitos de envolvimento com as mortes. Rogério havia sido condenado a 19 anos e 10 meses de prisão pelos crimes em 2002, mas conseguiu habeas corpus e ficou em liberdade. Anos depois, teve o julgamento anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Antes de morrer, Castor de Andrade teria escolhido Rogério de Andrade para comandar o jogo do bicho na Zona Oeste. Com a morte de Paulo Roberto, seu cunhado Fernando Iggnácio assumiu seu lugar na disputa pelo espólio do bicho com Rogério, no início de 1999. Iggnácio foi morto num atentado em 2020. O próprio Rogério de Andrade também foi vítima de atentados — um em 2001, e outro em 2010, ocasião na qual seu filho Diego, de 17 anos, acabou sendo morto.

Em novembro de 2010, o sargento Antonio Carlos Macedo, do Corpo de Bombeiros, que havia sido chefe da segurança de Rogério de Andrade, foi morto a tiros na Avenida Sernambetiba, na orla da Barra, quando pilotava sua motocicleta Harley-Davisdon. Em abril de 2011, a Justiça decretou a prisão do bicheiro, acusado de ser o mandante. Segundo investigadores, o contraventor decidira matar Macedo por desconfiar do envolvimento dele na explosão que matou seu filho Diogo.

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Uma reportagem do GLOBO publicada em 2006 e baseada em documentos da Subsecretaria de Inteligência do Estado, do Ministério Público e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), mostrou que pelo menos 86 servidores da lei, entre eles policiais, bombeiros e agentes penitenciários, recebiam propina para dar segurança e garantir a liberdade de Andrade e Iggnácio. O sobrinho de Castor foi detido em setembro de 2006, numa ação da Polícia Federal, que o capturou na Rodovia Washington Luís, quando ele voltava de Itaipava para o Rio, usando cabelos longos e lentes de contato azuis. O grupo do bicheiro, denunciado pelo Ministério Público por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, era suspeito de matar o policial federal Aluízio dos Santos. Rogério foi solto em 2009, graças a uma liminar.

O Ministério Público do Rio (MPRJ) deflagrou, em maio de 2022, a Operação Calígula, contra o contraventor Rogério de Andrade, o PM reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes — e outras 27 pessoas. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), Andrade seria o líder da organização e seu filho, Gustavo de Andrade seria o segundo nome na hierarquia. De acordo com as investigações, Andrade e Lessa abriram casas de apostas e bingos na Zona Oeste do Rio pelo menos desde 2018. O contraventor foi preso em junho de 2018 e permaneceu até agosto do mesmo ano, quando obteve liberdade.