O terreno de 30 mil metros quadrados, vendido pelas cinco herdeiras do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, por R$ 370 milhões, é vizinho do Golden Green, condomínio de alto luxo na orla da Barra da Tijuca. Neste domingo, o colunista do GLOBO Lauro Jardim publicou que elas realizaram o maior negócio imobiliário do século da cidade do Rio de Janeiro. Na noite desta segunda-feira, a Tegra Incorporadora — empresa que comprou o imóvel, junto com a Construtora São José — informou que a intenção é de desenvolver no local "um empreendimento residencial de altíssimo padrão".
O terreno faz esquina com a Avenida Peregrino Júnior, e fica próximo a um supermercado e ao Marina Barra Bella, um apart-hotel. A matrícula do registro de imóveis informa que a compra foi efetivada em abril deste ano, pela TGSJ, formada pela Tegra Incorporadora e pela Construtora São José.
Cláudio Castro, da Sérgio Castro Imobiliária, informa que a intenção de vender o terreno foi manifestada inicialmente em 2012, quando o banqueiro Aloysio Faria ainda era vivo. O fundador do Real e do Alfa morreu em 2020, aos 99 anos.
A área foi comprada em 1989 por Faria para, originalmente, erguer ali um um hotel da rede Transamérica.
— Na minha opinião, não compensa hoje investir em hotel na região — diz Delair Dumbrosck, presidente da Câmara Comunitária da Barra.
Faria sempre manteve a família distante dos negócios e preferiu que a gestão das empresas fosse profissionalizada. Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana, cada uma com 20% dos negócios, inteiraram-se dos ativos do conglomerado antes de qualquer movimentação de investimento ou venda de empresas.
Lúcia de Campos Faria e Junia de Campos Faria Ziegelmeyer moram em São Paulo, Flávia Faria de Vasconcellos, no Rio de Janeiro, Cláudia Faria, em Nova York, e Eliana Faria, em Londres.
![Lucia Faria e Aloysio — Foto: Reprodução Instagram](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Me1pxKKWzFnGACkn67yZH2JevgY=/0x0:792x788/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/A/u/RxnmCQTA2wtzQqsphqBQ/lucia.png)
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A caçula, Lúcia de Campos Faria era dona do restaurante Alucci Alucci, que fechou as portas em julho de 2017, depois de 14 anos de funcionamento. Também é autora dos livros de culinária "Banquete dos sentidos". Ela foi casada com o economista Carlos Nascimento, que trabalhou no conglomerado por 20 anos.
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Flávia Faria de Vasconcellos mora no Rio de Janeiro, onde fundou a loja Babuska, que era a versão carioca da marca de sorvetes do grupo, o La Basque. É autora do livro "Babuska: um sonho de sorvete".
Faria era o banqueiro mais velho da lista da revista Forbes e o terceiro mais idoso entre todos os bilionários, com fortuna estimada em US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 9 bilhões).
Aloysio de Andrade Faria, fundador do grupo Alfa e ex-dono do Banco Real
O empresário Aloysio de Andrade Faria foi controlador do Banco Real até os anos 1990 e fundou o Conglomerado Alfa, que tem empresas nos ramos financeiro, hoteleiro, alimentício, agronegócio, aéreo e de mídia.
![Banqueiro Aloysio Faria — Foto: Reprodução / TV Globo](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/NhArFlZ-kNmiwM7sd0TGrfhbanM=/0x0:1086x652/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/0/o/2uN2CIRVyv5WeZsI7juQ/captura-de-tela-2020-09-15-as-12.51.36.jpg)
Faria era considerado um homem discreto, o que lhe rendeu o apelido de "banqueiro invisível". Médico gastroenterologista de formação, ele herdou aos 28 anos o Banco da Lavoura, fundado em 1925 pelo pai, Clemente Faria, junto com o irmão Gilberto Faria. Aloysio dirigiu a instituição a partir dos anos 1940. Em 1972, o banco passou a se chamar Real.
Durante o período em que Faria comandou o Banco Real, a instituição financeira se tornou a quarta maior do segmento no país. Em 1998, o banqueiro vendeu o Real ao holandês ABN Anro por cerca de US$ 2,1 bilhões. O banco foi incorporado pelo Santander em 2007.
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