Rio
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

Atração cultural no coração do Porto Maravilha, o Armazém da Utopia foi “testemunha” das transformações urbanísticas pelas quais a região passou nos últimos anos. A Companhia Ensaio Aberto, que administra o espaço, chegou por lá em 2010, com atores e público ainda convivendo com o barulho dos carros no Elevado da Perimetral, que só seria demolido em 2013. Na época, o AquaRio (2016), o Museu do Amanhã (2015) e a roda-gigante Yup Star (2019) ainda estavam nas pranchetas dos arquitetos. Agora, em uma aposta de que a área pode atrair ainda mais cariocas e turistas, o espaço será ampliado. Desde agosto, o galpão principal do Armazém (que é tombado) passa por restauração, e o anexo, que será modificado, também se prepara para entrar em obras.

— A proposta é oferecer mais opções culturais, além de criar uma nova área de contemplação da Baía de Guanabara. Pelo prédio anexo, que aumentará de 1.750 para 3,5 mil metros quadrados, o turista ou morador da cidade poderá acessar um restaurante/café e contemplar a baía sob um novo ângulo. Parte do cardápio será alterada tendo como temas peças exibidas aqui ou o período do ano — explicou a diretora da Companhia Ensaio Aberto, Tuca Moraes.

O restaurante ficará bem nos limites de um espaço alfandegado do Porto do Rio. De lá será possível acompanhar o pôr do sol em um cenário com a Ponte Rio-Niterói e o Museu do Amanhã. Na prática, a paisagem poderá mudar constantemente: navios comerciais de portes variados costumam atracar bem em frente ao armazém. Em várias ocasiões, funcionários embarcados já assistiram a ensaios da companhia à distância.

Espaço é uma concessão

Ao contrário de outras atrações culturais do Porto Maravilha, o Armazém também funciona durante parte da noite, devido ao acesso ser relativamente fácil, já que o galpão fica em frente a uma estação do VLT, que opera das 6h à meia-noite.

A recuperação do prédio principal e o retrofit do anexo estão previstos em um contrato de concessão firmado com a prefeitura por 30 anos. As obras foram orçadas em R$ 35 milhões, captados por renúncia fiscal via Lei Rouanet. Entre os patrocinadores da obra já confirmados, estão as empresas Shell e Vale do Rio Doce. Com pé direito elevado, parte do anexo terá dois pavimentos adicionais onde ficarão instalações de apoio e uma espécie de mini-hotel para acomodar atores visitantes em temporadas no Rio, com quatro quartos.

— A obra vai dar mais qualidade para um equipamento público que oferece uma opção de lazer diferente. E é essencial justamente em um momento que tentamos atrair mais moradores para a região central da cidade, seja pelo Porto Maravilha ou pelo Reviver Centro — avaliou o secretário de Integração Governamental da prefeitura, Jorge Arraes.

A reformulação também envolverá o Teatro Oduvaldo Vianna Filho, que fica no anexo. Como a abertura de uma entrada independente para o restaurante já ia exigir o remanejamento de arquibancadas, a companhia vai aproveitar o momento para que o teatro se transforme em uma espécie de arena retrátil, que pode ter mais ou menos espectadores conforme o perfil das apresentações. Tuca prevê que as intervenções vão ser concluídas até abril de 2024. A peça de reabertura já está definida: será uma nova montagem de “O Rei da Vela”, escrita por Oswald de Andrade, em 1933.

A estrutura poderá ser configurada para ter de 256 a 400 lugares, podendo funcionar como um tradicional palco no estilo italiano (com a plateia de frente para o espetáculo) ou adaptado rapidamente para oferecer uma maior interação com os atores e o público. Os camarins também serão ampliados.

Diretor Artístico do Grupo Off-Sina, Richard Riguetti fez uma montagem este ano no Armazém da Utopia com a peça “Paulo Freire, o Andarilho da Utopia”. Ele diz que, independentemente da reforma, o espaço em si já é um atrativo e tende a melhorar:

— O espaço é amplo. E tem um atrativo interessante. Poucos palcos no Rio se estabeleceram em um ambiente fora de um teatro tradicional. Com a obra, o Armazém passa a permitir flexibilidade de formatos — avaliou Richard.

A expansão do espaço ocorreu após conflitos com Docas, que chegou a reivindicar a área, antes de a prefeitura e a União chegarem a um acordo no início deste ano sobre a titularidade do galpão, que no passado foi um silo para grãos que seriam exportados. Durante o impasse, em 2022, a Câmara Municipal do Rio aprovou uma lei por iniciativa de vários vereadores entre os quais o presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), que tombou o uso do galpão para atividades culturais.

Mais recente Próxima Chefe do tráfico e responsável por colocação de barricadas na Comunidade Corte Oito, em Duque de Caxias é denunciado à Justiça

Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio

Mais do O Globo

O jogo entre França x Bélgica acontecerá nesta segunda-feira (01), às 13h (de Brasília), a partida terá transmissão da Cazé TV

França x Bélgica: Saiba onde assistir, horário e prováveis escalações do jogo da Eurocopa 2024

Benefício deste mês começa a ser pago no dia 18. Veja como saber se você tem direito aos valores

Calendário Bolsa Família 2024: datas de pagamento de julho

Opacidade do orçamento secreto volta a vigorar, apesar de o STF ter declarado a prática inconstitucional

Abuso de emendas de relator se repete nas de comissão

Brasil ficou entre os 15 piores, entre 64 países, num campo crítico para a economia moderna: a criatividade

Resultado do Pisa expõe mais uma vez gestão deficiente na educação

Apesar de não ter feriado nacional, julho é marcado por algumas datas comemorativas e alguns estados têm feriado, veja se é o seu

Feriados de Julho: veja as datas comemorativas e as folgas do mês

Sabíamos do El Niño, do aquecimento global e de tudo mais. Houve incapacidade de planejamento e prevenção

Pantanal, a herança que vamos destruir

Politizaram a já anêmica educação brasileira sem oferecer qualquer alternativa didática

Pauta identitária de direita

Segundo o Ipea, aplicação da Lei de Drogas pelo sistema de Justiça atinge de maneira desproporcional os negros

Igualdade na classificação de uso pessoal da maconha

Uma abordagem centrada na saúde pública, em vez da criminalização, pode trazer melhorias significativas

Por que o Congresso deve concordar com o STF sobre maconha