Tombado, Mosaico do Lugar, em Niterói, sofre com falta de manutenção

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A escadaria foi construída em 2003, diante da impossibilidade de transformar o caminho de terra existente até então em uma via de tráfego de carros, devido ao acentuado aclive. A urbanização do trecho, uma demanda antiga dos moradores, solucionou o problema do local, que era rodeado por mato e valas por onde descia o esgoto. Hoje, ela conta com 35 metros quadrados de mosaicos coloridos distribuídos por 125 degraus, além de quatro platôs equipados com mesas e cadeiras de cimento, proporcionando espaços de convivência e descanso.

A intervenção artística começou em 2004 e ficou pronta em 2006, sob a coordenação da artista visual Leila Barboza, moradora da Rua Oscar Pereira há 30 anos. Ela lembra que realizou um total de 80 workshops de capacitação em seu ateliê, para cerca de 120 voluntários da comunidade. Juntos, eles deram vida ao projeto que, em 2019, foi tombado pela Secretaria das Culturas e Fundação de Arte de Niterói (FAN).

Duas décadas depois de se tornar uma obra de arte e cinco após o tombamento, porém, a escadaria enfrenta uma série de problemas, incluindo a falta de limpeza regular, afirma Leila. A iluminação precária, com lâmpadas antigas, é apontada por ela como um fator que contribui para a sensação de insegurança no local.

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A poda das árvores também é rara. Em uma ocasião, conta Leila, um galho enorme caiu e obstruiu parte da passagem por meses. Bueiros entupidos, apesar de diversas solicitações de limpeza, são outra queixa, principalmente quando chove muito: a água que não escoa acaba danificando o mosaico, cujas peças vão se soltando com o tempo.

— As pessoas comentam sobre a necessidade de restauração. Os moradores têm esse cuidado, mas as coisas se degradam. E agora, 20 anos depois, a restauração dos mosaicos precisa ser feita. A chuva escorre pela escadaria, danificando muitas obras — diz Leila. — Mandei um mapeamento completo para o Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural de Niterói em 2020, apontando os problemas, mas não obtive resposta.

Leila reclama também do risco que pode representar usar a escada, já que a instalação de guarda-corpos, iniciada pela prefeitura, foi interrompida pela metade.

Em nota, a Prefeitura de Niterói afirmou reconhecer a importância histórica do local e prometeu enviar agentes da Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos para uma vistoria nos próximos dias, a fim de avaliar os serviços necessários. Os moradores, acrescenta, também podem denunciar irregularidades e solicitar serviços pelo aplicativo Colab. Por sua vez, a Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) assegurou que a limpeza do local é realizada periodicamente e que, em caso de necessidade de reforço, pode ser acionada.