Creches e escolas municipais de Niterói enfrentam problemas com a falta de gás de cozinha. Em alguns casos, pais de alunos relatam a dispensa dos estudantes mais cedo e mudanças na alimentação das crianças. Segundo o motorista de aplicativo Rodrigo Oliveira de Sá, a situação se repete frequentemente na Escola Municipal Dom José Pereira Alves, no Fonseca, onde sua filha de 10 anos estuda em tempo integral, das 8h às 16h.
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— Acontece direto esse problema de falta de gás aqui. Por várias vezes, minha filha não pôde nem almoçar na escola, porque foi liberada mais cedo, e não tive outra saída a não ser buscá-la — conta o pai.
De acordo com ele, avisos sobre o interrompimento de gás têm sido comuns na unidade de ensino, e são repassados no momento de chegada dos alunos ou por contato telefônico.
— Somente na semana passada foram duas situações como esta. Infelizmente, temos passado momentos constrangedores. Ou minha filha entra às 11h30 ou sai exatamente neste horário, pois não tem almoço. É uma vergonha — reclama o motorista. No cardápio da Dom José Pereira Alves, revela o pai, bolachas e vitaminas de frutas substituem as refeições quentes.
O interrompimento no fornecimento de gás é também relatado por uma mãe da Unidade Municipal de Educação Infantil (Umei) Portugal Pequeno, na Ponta D’Areia. A técnica em eletrônica Laura do Couto Ângelo conta que o gás acabou na unidade no último dia 23 e só foi normalizado no dia 25.
— Fui avisada na porta da escola. Os funcionários disseram que, por causa do corte, não iriam dispensar as crianças, mas que ofereceriam um lanche frio no lugar do almoço — conta Laura, mãe de uma criança de 3 anos.
A falta de gás nas escolas de Niterói é motivo de um ofício do vereador Professor Túlio (PSOL), encaminhado na última quarta-feira para a Fundação Municipal de Educação (FME), em caráter de urgência. O documento aponta que, em pouco mais de um mês, pelo menos 20 unidades de ensino tiveram interrupção no fornecimento.
- Há casos de escolas que ficaram um dia, dois e até uma semana sem gás — afirma o parlamentar, acrescentando que visitou várias UMEIs que apresentavam o mesmo problema.
Casos recentes
No levantamento do vereador, a falta de gás ocorreu em duas escolas no fim de outubro e em 18 no mês de novembro. Os casos mais recentes teriam acontecido na segunda-feira, dia 27, na Dom José Pereira Alves, no Fonseca, e na Umei Geraldo Montedônio Bezerra de Menezes, no Viradouro.
— Entendemos que a falta de gás seria um problema pontual se tivesse acontecido uma vez, em uma escola. Não é mais um problema pontual quando acontece sistematicamente — afirma Professor Túlio.
Ainda conforme o parlamentar, o problema é que as diretoras fazem ofícios pedindo gás aproximadamente 30 dias antes que ele acabe, mas só recebem o produto depois que os cilindros já estão vazios.
Em nota, a Fundação Municipal de Educação (FME) informa que fez uma nova licitação para fornecimento de gás na última semana e que o processo de homologação está em andamento. Segundo o órgão, as unidades citadas foram reabastecidas no prazo de, no máximo, dois dias.
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