BRASÍLIA — Após aliados do candidato Arthur Lira (PP-AL) ameaçarem judicializar a disputa e depois recuarem , líderes da Câmara dos Deputados chegaram a um acordo sobre a configuração da Mesa Diretora. A eleição para a presidência da Câmara ocorre nesta segunda-feira (1º).
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A princípio, os líderes aliados a Lira não aceitaram a formação do bloco em apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Eles argumentaram que o bloco de Baleia foi protocolado com um atraso de 1h35 em relação ao prazo estipulado, às 12h.
No acordo, o PL poderá indicar o candidato a primeiro vice-presidente, o PSD, o segundo vice-presidente, o PT, o primeiro-secretário, o PSDB, segundo secretário, o PSL, o terceiro-secretário, e PSB e Rede, o quarto-secretário.
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Caso o bloco de Baleia Rossi não fosse formado, como defendiam aliados de Arthur Lira, o Republicanos teria direito a um cargo na Mesa. O deputado Marcos Pereira (SP), presidente do partido, disse que abriu mão da segunda vice-presidência para que a eleição tivesse andamento hoje.
— Eu estou preocupado com o país, não estou preocupado com essas patifarias pessoais que estão fazendo, não — disse Pereira.
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O bloco de Baleia Rossi definiu que a vaga da quarta secretaria ficaria com a Rede, mesmo que o partido tenha apenas uma deputada: Joênia Wapichana (Rede-RR). O cargo deveria ir para o PSB, mas como o partido está dividido, cedeu o posto.
— Será a primeira mulher indígena membro da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Uma honra para o PSB poder fazer esse gesto — disse Alessandro Molon (RJ), líder do PSB.
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Deputados do PSB ainda não desistiram da indicação e devem tentar lançar candidatos avulsos durante a eleição.
A indicação para os cargos depende do tamanho dos blocos. O bloco de Baleia Rossi tem 210 deputados: PT, MDB, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PCdoB, Cidadania, , PV e Rede. Já o de Lira tem 236: PSL, PL, PP, PSD, Republicanos, PTB, Pros, Pode, PSC, Avante e Patriota. O número não considera os 17 deputados suspensos do PSL.