A Polícia Federal apontou que a chamada 'Abin paralela' realizou "ações clandestinas" contra o coletivo de ativistas digitais Sleeping Giants Brasil. As informações constam em relatório da Polícia Federal, que baseou a quarta fase da Operação Última Milha deflagrada nesta quinta-feira.
Segundo o relatório, "ações clandestinas" contra o coletivo Sleeping Giants Brasil são de "pertinência para a presente investigação, posto que foi possível identificar a integração e cooptação de vetores de propagação da desinformação produzida a partir da estrutura paralela infiltrada na Abin", diz o relatório da PF.
De acordo com as apurações da PF, foi criado uma estrutura paralela dentro da agência de inteligência para monitorar e produzir dossiês e notícias contra pessoas consideradas adversárias do governo Bolsonaro.
O Sleeping Giants é um perfil anônimo nas redes sociais que costuma pressionar empresas a retirar a publicidade a sites, que, na visão deles, veiculam fnotícias falsas. Um dos alvos constantes das ações de descapitalização do grupo era o falecido filósofo Olavo de Carvalho, que é considerado uma espécie de guru do bolsonarismo.
Em troca de mensagens interceptadas pela PF, um integrante da 'Abin paralela' diz que passou dados sobre o perfil anômimo a um bolsonarista que disseminava notícias falsas na redes sociais. "Fui eu que passei para ele", escreveu ele, em janeiro de 2021.