Política
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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 22/06/2024 - 04:30

Nunes escolhe ex-coronel como vice

Ricardo Nunes cede à pressão e escolhe ex-coronel como vice para reeleição, atendendo indicação de Bolsonaro. Resistências na base aliada e estratégia para conquistar voto bolsonarista em São Paulo. Boulos e Marçal criticam a escolha, enquanto Tarcísio de Freitas apoia a decisão.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou na sexta-feira que seu vice na busca pela reeleição será o ex-coronel da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL), acatando indicação feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em janeiro. Nunes, que pretendia postergar a decisão diante da falta de consenso em seu arco de alianças, acabou pressionado pela presença na corrida eleitoral do coach Pablo Marçal (PRTB) que, segundo dados do último Datafolha, angaria parte do eleitorado bolsonarista. Essa possibilidade de migração de votos convenceu o prefeito, que chegou a considerar um nome mais ao centro para sua chapa, a sinalizar desde já um alinhamento.

Mello Araújo, ex-comandante da Rota, batalhão de elite da polícia paulista, é um bolsonarista veemente e, a princípio, não agradava Nunes. O prefeito conta que, quando Bolsonaro lhe apresentou a opção, não teve muita simpatia, mas que com um “processo democrático de diálogo” e conhecendo sua gestão na Ceagesp, empresa federal de abastecimento, passou a gostar da ideia. O anuncio do vice foi feito pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em agenda com o prefeito.

— O Tarcísio passou a defender, depois veio o apoio do PP, do Republicanos, e fico muito satisfeito que foi uma decisão vinda do melhor ato da democracia, que é o diálogo. Já vou começar a procurá-lo para ajudar no plano de governo. Corajoso, determinado, não aceita questões de corrupção e crime organizado e estamos aí para enfrentar essas questões — diz Nunes.

Tom de campanha

A definição do vice foi divulgada durante agenda na Zona Sul da capital, onde Nunes e Tarcísio anunciaram a extensão da Linha 5-Lilás do Metrô até o Jardim Ângela. Na quinta-feira, o GLOBO já havia informado que Mello Araújo seria o escolhido. Foi um evento com ares de campanha, com a presença de vereadores, e a escolha do local teve um peso simbólico: uma quadra esportiva no reduto eleitoral do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal e principal liderança do União Brasil na capital.

Leite foi um dos aliados de Nunes que mais se posicionaram contra a indicação de Araújo, mas nesta sexta o PL paulistano anunciou que o União anuiu com o vice e que, em troca, vai apoiar o partido na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal em 2025.

A escolha de Araújo como vice foi marcada por resistências de partidos da base aliada, que disputavam com o PL a prerrogativa de sugerir alguém para o posto. Dentro do próprio PL, havia outros nomes, como as vereadoras Sonaira Fernandes e Rute Costa, além da delegada Raquel Gallinatti, mas ao fim prevaleceu a vontade de Bolsonaro.

As discussões entre Nunes e os partidos se intensificaram nas últimas duas semanas, após Bolsonaro ir a São Paulo almoçar com o prefeito e Mello Araújo. O governador, que até pouco tempo atrás também defendia diálogo entre todas as siglas da base e uma definição mais tardia, passou a endossar publicamente o nome do ex-coronel e teve papel fundamental no consenso, assumindo a missão do ex-presidente de emplacar um “bolsonarista nato”.

O desejo do prefeito era aguardar até julho, mas foi pressionado a acelerar o processo após a entrada do coach Pablo Marçal (PRTB) na disputa eleitoral. Isso porque, até então, Nunes figurava como principal pré-candidato do campo da direita, mas a chegada de Marçal ameaçou dividir esse eleitorado. No último Datafolha, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) apareceu com 24%, em empate técnico com Nunes (23%). No segundo pelotão estão Jose Luiz Datena (PSDB), com 8%, Tabata Amaral (PSB), com 8%, e Pablo Marçal (PRTB), com 7%.

O discurso oficial de Nunes na demora para anunciar o vice é que, diferentemente de Boulos — que escolheu Marta Suplicy (PT) como vice por indicação de Lula (PT) —, ele não aceitaria “imposição” de ninguém, e que preza pelo diálogo democrático. Entretanto, havia outros motivos para a resistência. Um deles é que Nunes tem reforçado a ideia de que é apoiado por uma “frente ampla”, agregando direita e centro, e por isso havia o receio de que um vice aliado de primeira hora de Bolsonaro pudesse afetar seu desempenho em um eventual segundo grupo. No processo, ele chegou a cogitar o ex-ministro Aldo Rebello, que faz parte do seu secretariado.

Voto bolsonarista

O fato de São Paulo não ser uma cidade bolsonarista é ponto de atenção para a pré-campanha, pois a maioria dos paulistanos votou em Lula (53,54%) e em Fernando Haddad (54,41%) em 2022. Pesquisa Datafolha mostrou que Bolsonaro é um padrinho rejeitado por 61% dos eleitores, contra 45% de Lula.

Nunes não cultiva relação próxima com Araújo. Mas, nos últimos dias, o prefeito já vinha adotando uma estratégia nova para se referir ao coronel: destacar seu trabalho na Ceagesp, e não como policial. Além do MDB e PL, estão com o prefeito PSD, PP, Republicanos, Solidariedade, Avante, PRD, Podemos, Agir, Mobilização Nacional e União Brasil.

O prefeito é só o segundo nome da disputa paulistana a ter um vice definido, depois do acerto entre Boulos com Marta. Já a deputada federal Tabata Amaral (PSB) ainda espera contar com José Luiz Datena (PSDB) em sua chapa, mas o apresentador foi convencido pelos tucanos a lançar pré-candidatura. Marçal também permanece sem definição de um vice.

Nas redes, Boulos aproveitou para associar Nunes ao bolsonarismo. “A escolha deixa claro que é Jair Bolsonaro quem vai mandar na cidade caso o prefeito seja reeleito. O nome do policial foi enfiado goela abaixo de Nunes e seus aliados” escreveu. Já Marçal parabenizou o prefeito pela escolha de Mello, que ele considera um “homem bom” e disse que o convidará para seu secretariado caso seja eleito.

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