Política
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Por O Globo — Rio de Janeiro

O secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira, publicou no site do partido uma nota de saudação às eleições presidenciais russas, que teve como vencedor o atual presidente Vladimir Putin. O governante foi eleito pela quinta vez, com 87% dos votos, dez pontos percentuais a mais do que em 2018. A vitória do candidato era dada como certa em um pleito sem opositores reais.

A votação durou três dias e contou com comparecimento recorde de 74,22% de russos às urnas, segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC). Na nota, Pereira ressaltou a “participação impressionante” de mais de 87 milhões de eleitores no país.

"Esse feito histórico ressalta a importância do voto voluntário na Rússia", afirmou na nota.

De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma carta reconhecendo a vitória do presidente Putin.

Site do PT saudou o presidente reeleito da Rússia, Vladimir Putin — Foto: Reprodução
Site do PT saudou o presidente reeleito da Rússia, Vladimir Putin — Foto: Reprodução

Os últimos dias antes da eleição contaram com uma série de movimentos de resistência na Rússia e ao redor do mundo, chamados de “Meio-Dia sem Putin”. Centenas de pessoas foram detidas no país desde sexta-feira, quando começaram as eleições, por atos de vandalismo em colégios eleitorais, e em meio ao aumento dos bombardeios ucranianos e incursões de grupos pró-Ucrânia em território russo. Apenas neste domingo, 85 pessoas foram presas segundo o grupo de defesa dos direitos humanos OVD-Info.

Os atos foram convocados pelo opositor Alexei Navalny antes da sua morte, no mês passado, em circunstâncias ainda pouco claras, e foram encorajados por sua viúva, Yulia Navalnaya, que passou várias horas na fila para votar na embaixada russa em Berlim, neste domingo. Assim como ela, centenas de russos na diáspora aderiram ao protesto em países como Brasil, França, Austrália, Japão, Armênia, Cazaquistão e Reino Unido.

Em 2018, Navalny foi impedido de concorrer por causa de uma condenação em um processo por corrupção. Este ano, a jornalista Yekaterina Duntsova, que defendia o fim da guerra na Ucrânia e a libertação de todos os presos políticos, e o ativista pela paz Boris Nadejdin, foram desqualificados por supostas inconsistências apontadas pela Comissão Eleitoral Central.

O próprio clima da Rússia que chega às urnas em 2024 é diferente de 2018. Além dos efeitos da guerra na Ucrânia, um tema que permeia a vida de todos mas cujas críticas em público são vetadas, os braços autoritários do Kremlin se fizeram sentir com mais força contra dissidentes.

Veja a nota na íntegra:

Ao Senhor Dmitry Medvedev, Presidente Russia Unida

Estimados/as companheiros/as,—

Acompanhamos com grande interesse o desenrolar do recente processo eleitoral presidencial na Rússia, que resultou na reeleição do Presidente Vladimir Putin. Com uma participação impressionante de mais de 87 milhões de eleitores, representando 77% do eleitorado do país, esse feito histórico ressalta a importância do voto voluntário na Rússia. Parabenizamos o Partido Russia Unida pelo resultado expressivo que garantiu a vitória do Presidente Putin com mais de 87% dos votos. Renovamos nosso compromisso em fortalecer nossos laços de parceria e amizade, trabalhando juntos rumo a um mundo mais justo, multilateral e plural. Enviamos nossas calorosas saudações à Rússia e seu povo neste momento importante e especial para o país.

Romênio Pereira, Secretário de Relações Internacionais

Não é a primeira vez que o partido mostra proximidade com o governo russo nas redes. Em 2022, o perfil do partido no Senado fez um post controverso em seu perfil no X (antigo Twitter). Em uma nota, a sigla disse condenar “a política de longo prazo dos EUA de agressão à Rússia e de contínua expansão da OTAN em direção às fronteiras russas”. Logo após ser publicado, o post foi deletado da rede social, o que não impediu que internautas recuperassem a postagem e contestassem o posicionamento.

Reação

No X (antigo Twitter), o ex-senador Arthur Virgílio (sem partido), criticou o fato do presidente Lula ter enviado uma carta ao presidente Vladimir Putin pela vitória na eleição russa. "Passou mensagem cumprimentando Putin por sua 'vitória' eleitoral, claro que sabendo que as 'eleições' russas são mais falsas e farsantes que uma nota de R$11,00", e complementou: "curiosidade minha: você parabenizou o outro ditador, seu amigo, Nicolás Maduro, pela vitória 'eleitoral' de um só candidato?"

A deputada federal Adriana Ventura (NOVO-SP) fez coro às críticas. "Lula saudando a reeleição de Putin na Rússia não chega a me surpreender dado o fetiche que ele tem por ditaduras, mas sempre que acontece me enoja", publicou no X.

"Como Lula gosta de ditador! E quanto mais repressor gosta mais", disparou o ex-deputado Roberto Freire, ex-presidente do Cidadania, também nas redes sociais.

Homenagem a Ortega

Após uma série de críticas, em 2021 o PT apagou uma nota publicada em suas redes sociais que celebrava a reeleição de Daniel Ortega na Nicarágua. No post, o partido havia classificado o pleito, rejeitado pelos governos das principais democracias ocidentais, como “uma grande manifestação popular e democrática”. Opositores e militantes de esquerda atacaram a nota do partido e classificaram a posição como um erro.

As eleições que deram vitória a Ortega, segundo os números oficiais com 75% dos votos, foram realizadas após uma série de prisões de opositores, incluindo dissidentes sandinistas e sete possíveis adversários na disputa, dentre eles sua principal oponente, Cristiana Chamorro.

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