O PL do Rio começa a testar o nome do ex-jogador de futebol Emerson Sheik para candidato à Prefeitura de Mangaratiba, na Costa Verde do estado. A informação foi divulgada pela colunista do EXTRA Berenice Seara neste sábado e confirmada pelo GLOBO. O ex-atleta é próximo de quadros do partido que integram a ala bolsonarista e, segundo fontes da sigla, é visto internamente como alguém ligado aos preceitos ideológicos do grupo.
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O nome de Sheik, que atuou por Corinthians, Flamengo, Botafogo e Fluminense, entre outros clubes, foi trazido por um parlamentar bolsonarista do PL no Rio nas últimas semanas. O ex-jogador, no entanto, ainda não teria sido procurado formalmente pela executiva estadual da legenda, tampouco é filiado ao partido. O GLOBO entrou em contato com Emerson, mas ainda não obteve retorno.
O agora comentarista de futebol do SBT é bem avaliado por ter uma ligação com a cidade e pela carreira consagrada no futebol em vários clubes de elite — entre os grandes times cariocas, por exemplo, ele só não passou pelo Vasco. Segundo a coluna de Berenice Seara, o nome de Sheik também passou pelo crivo de uma pesquisa interna encomendada pelo PL na cidade, onde ele tem residência.
O movimento faz parte de uma estratégia da família Bolsonaro em se dedicar a eleger prefeitos na Costa Verde do Rio, região turística do estado, em 2024. Além de Mangaratiba, onde o nome de Sheik é a bola da vez, a legenda quer lançar um nome em Paraty e vem enfrentando dificuldades em Angra dos Reis, como mostrou Berenice. O prefeito Fernando Jordão (PL) filiou o atual secretário de Governo e seu pré-candidato, Cláudio Ferreti, ao MDB, e o PL prevê emplacar um rival contra ele na disputa.
Sheik foi revelado pelo São Paulo, onde ficou marcado por um escândalo envolvendo uma mudança de identidade — o ex-jogador se chama, na verdade, Marcio Passos de Albuquerque, nascido em setembro de 1978, mas virou Marcio Emerson Passos, de dezembro de 1981. Após trocar de nome e de documentos, passando a "ter" três anos a menos, ele destacou-se na base do clube paulista com facilidade.
O esquema foi descoberto no momento de uma transferência para o Japão, já que o passaporte foi emitido com base na documentação falsa. Ele passou cerca de cinco anos no país asiático e, em seguida, partiu para o Oriente Médio, onde construiu uma carreira de sucesso e ganhou o apelido de Sheik. O então atacante naturalizou-se catariano e chegou a participar das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.
Ele foi repatriado pelo Flamengo em 2009, quando participou da campanha do título brasileiro do Rubro-Negro. No ano seguinte, conquistou o mesmo campeonato pelo Fluminense, feito que repetiu em 2011 no Corinthians, tornando-se o primeiro jogador a se sagrar tricampeão nacional consecutivamente por três clubes diferentes. No clube paulista, virou ídolo ao ser um dos principais nomes no título da Libertadores, em 2012, participando também do triunfo no Mundial do mesmo ano e da trajetória campeão no Brasileiro de 2015.