BRASÍLIA — O vice-presidente da República Hamilton Mourão confirmou nesta sexta-feira a intenção de ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Ele deu rápida entrevista à imprensa usando uma máscara com a bandeira do estado e afirmou que falta apenas decidir o partido pelo qual concorrerá.
Leia também: 'Não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo’, diz Flávio Bolsonaro sobre Paulo Guedes
Em entrevista ao GLOBO , o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que Mourão deverá ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, tendo recebido convite de dois partidos: PP e Republicanos.
Questionado se já tinha uma decisão sobre a candidatura, Mourão respondeu que sim e afirmou:
— Será comunicada brevemente.
Nega ser vice de Moro: Ex-ministro do Supremo e relator do mensalão, Joaquim Barbosa anuncia desfiliação do PSB
Indagado se a máscara com a bandeira do Rio Grande do Sul era um indicativo, disse:
— Lógico, né.
Depois, questionado se o caminho é pelo Rio Grande do Sul, respondeu:
— Por aí. Agora é só questão de partido.
Sonar: Bolsonaristas usam invasão de vereador em igreja no Paraná para atacar PT nas redes
Sobre apoio a algum candidato a governador, ele disse que há dois pré-candidatos do campo do governo no Rio Grande do Sul: o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que fez parte da tropa de choque bolsonarista na CPI da Covid.
Na entrevista ao GLOBO, questionado quem será o candidato a vice-presidente de Bolsonaro, Flávio afirmou:
— Não sei. Tem os nomes que estão aí: a ministra (da Agricultura) Tereza Cristina, (o ministro da Defesa) Braga Neto, alguém do Nordeste, general (Augusto) Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional). Mas é difícil achar a pessoa com perfil ideal. Sempre tem que pensar no que isso agregaria à candidatura do presidente, mas também na relação de confiança do presidente o vice. O general Mourão não foi um perfil que politicamente agregou tanto, porque ele é militar como Bolsonaro, mas foi uma pessoa extremamente leal, preparadíssima.
Ao GLOBO, Flávio Bolsonaro disse que as pesquisas mostram que a questão da vacina contra a Covid-19 gerou um desgaste, mas afirmou que foi o governo do pai que comprou as doses. Questionado sobre isso, Mourão disse:
— Eu acho que houve muita politização nisso aí, muito disse-me-disse por, vamos dizer assim, algumas palavras que o presidente às vezes coloca aí de forma pública. Mas por outro lado os atos foram a compra da vacina. Então eu acho que Flávio colocou dentro desse aspecto, a discussão política que houve em torno de algo que não era para ser discutido politicamente, e sim de forma técnica e objetiva.
Na entrevista, Mourão também disse não ver problemas no projeto de lei aprovado pela Câmara que afrouxa regras para liberação de agrotóxicos .
— As críticas vão sempre ocorrer. A legislação está sendo discutida dentro do Congresso, passou na Câmara, via para o Senado. Ainda tem alguma coisa para ser debatida. Não vejo grandes problemas — disse o vice-presidente afirmando ainda achar que está "OK" o texto aprovado na Câmara.