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Debate religioso

Bolsonaristas usam caso de invasão de vereador em igreja para atacar PT nas redes sociais

Vereador Renato Freitas

Perfis bolsonaristas no Twitter usaram o episódio da invasão liderada pelo vereador petista Renato Freitas à igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, ocorrida no último sábado no centro histórico de Curitiba, para atacar o PT e acusar o partido de intolerância religiosa. Um levantamento da Arquimedes identificou 131 mil posts feitos entre os dias 07 e 10 de fevereiro.

O agrupamento bolsonarista correspondeu a 88% (azul) do debate. Os perfis criticaram a atitude de Freitas pedindo até pela sua prisão. Além das reclamações sobre a atitude do vereador, bolsonaristas mobilizaram acusações recorrentes ao PT, como de que o partido seria contra valores cristãos. 

Grafo sobre repercussão de invasão à igreja

Outro grupo que tratou do tema na rede social foi o de membros do MBL e apoiadores de Sergio Moro (Podemos). Eles também aproveitaram o caso para criticar o PT, mas representaram apenas 7% (verde) dos perfis.

Completando o debate, um agrupamento de perfis progressistas (vermelho, com 5%) também se manifestou em tom crítico à ação do vereador. Além de desaprovarem sua atitude, também reclamaram da oportunidade dada a bolsonaristas para criticarem a esquerda.

Segundo o pesquisador Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes, o episódio dá o tom da estratégia que seguidores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tenderão a adotar para pautar a agenda das eleições deste ano.

— O fato é que Bolsonaro e seus apoiadores aproveitarão todas as oportunidades de tentar resgatar o antipetismo para o debate — analisa Bruzzi.

Ele afirma que a estratégia também pode ser usada por apoiadores o ex-juiz Moro

— ‘Moristas’ também vêm contribuindo na tentativa de dar alcance ao antipetismo, mas não conseguem ser mais autênticos que Bolsonaro. No fim, servem como linha auxiliar do bolsonarismo — completa o pesquisador.

A maior parte do debate sobre o protesto na igreja, que ocorreu como manifestação pela morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro, se concentrou na segunda-feira. Com a polêmica envolvendo Monark, ex-apresentador do podcast Flow, e o deputado Kim Kataguiri, acusados, nas redes, de defenderem o nazismo, o assunto em torno do vereador acabou perdendo força.

 

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