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A explosão de cores e ritmos do carnaval representa mais do que festa nas ruas e na Marquês de Sapucaí. É um palco onde as mulheres, adornadas com fantasias, reivindicam a liberdade de ocupar os espaços que quiserem. Só que essa mesma liberdade, independentemente do período festivo, enfrenta todos os dias diferentes formas de violência, como o assédio e a importunação.

Onde entra o Judiciário nesse cenário catártico, alegre, mas que muitas vezes prescinde de aspectos básicos das relações, como o respeito à dignidade?

Um fato é inconteste: em época de festa, a Justiça não tira folga. Nos dias momescos, as redes sociais do Tribunal estarão nos blocos. A campanha #CurtacomRespeito, do Tribunal de Justiça, focada na segurança e bem-estar dos foliões, mapeará grandes aglomerações para difundir informações que assegurem a coexistência da alegria do carnaval com o respeito e a proteção.

A atuação do TJRJ não se limita ao monitoramento digital e à difusão de campanhas. Ela transcende as barreiras do virtual, marcando presença física no coração da folia. Na Marquês de Sapucaí, a Justiça está presente, vigilante e ativa, assegurando que a celebração da diversidade cultural e a liberdade feminina aconteçam num ambiente de respeito e segurança. As vítimas de violência encontrarão no Juizado dos Grandes Eventos, instalado no Sambódromo, um local acolhedor e humanizado.

Esse envolvimento direto do Judiciário em eventos culturais de grande magnitude reflete um novo paradigma: uma Justiça mais acessível, presente e engajada na realidade social. A campanha #CurtacomRespeito e a presença constante do TJRJ nos pontos de festa não são apenas medidas de proteção; são também símbolos de um Judiciário que se adapta e responde aos desafios contemporâneos.

As iniciativas do TJRJ no carnaval, sobretudo o foco na proteção das mulheres, demonstram um compromisso firme com a mudança de perspectivas e a promoção de um ambiente festivo e inclusivo. O tribunal mostra que está pronto para atuar a qualquer momento, estabelecendo um novo padrão de Justiça proativa e responsiva. Assim, a experiência da folia, no bloco ou na Sapucaí, rica em tradição e alegria, torna-se também um exemplo de como a cultura e a Justiça precisam caminhar juntas, em harmonia.

*Ricardo Rodrigues Cardozo, desembargador, é presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

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