Mundo

Trump venceu as eleições com menor apoio de minorias em décadas

Republicano obteve apenas 8% de votos de eleitores negros e 28% de latino-americanos

O presidente eleito Donald Trump, à esquerda, e o editor do “New York Times” Arthur Sulzberger Jr., à direita, durante uma reunião com editores e repórteres no prédio do jornal americano, em Nova York
Foto: Hiroko Masuike / AP
O presidente eleito Donald Trump, à esquerda, e o editor do “New York Times” Arthur Sulzberger Jr., à direita, durante uma reunião com editores e repórteres no prédio do jornal americano, em Nova York Foto: Hiroko Masuike / AP

WASHINGTON — O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, conquistou a presidência com menos apoio de eleitores negros e hispânicos do que qualquer outro presidente em pelo menos 40 anos, de acordo com uma análise dos dados eleitorais feita pela agência Reuters, ilustrando as profundas divisões nacionais que provocaram recentes incidentes de confronto racial e político.

Trump foi eleito com 8% dos votos dos negros, 28% de apoio latino-americano e 27% de apoio asiático, segundo pesquisa Reuters/Ipsos feita no dia da eleição. Entre os eleitores negros, seu desempenho é comparável aos 9% obtidos por George W. Bush, em 2000, e Ronald Reagan, em 1984.

Mas os ex-presidentes se saíram muito melhor com os hispânicos, alcançando 35% e 34%, respectivamente, de acordo com dados de borca de urna do Centro Roper de Pesquisa de Opinião Pública, uma instituição apartidária.

No caso dos eleitores de ascendência asiática, Trump teve o pior desempenho de um candidato presidencial desde que este item demográfico começou a ser contabilizado, em 1992.

As tensões aumentaram após a vitória de Trump, com celebrações de supremacistas brancos, protestos contra o presidente eleito e marchas pelos direitos civis, bem como centenas de crimes de ódio racista, xenófobo e antissemita documentados pelo instituto Southern Poverty Law Center (SPLC), que estuda grupos extremistas.

O SPLC relata que houve 701 incidentes de assédio e intimidação entre o dia posterior às eleições de 8 de novembro e 16 de novembro, com um aumento desse tipo de incidente logo após a votação.