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Por O Globo com agências internacionais — Moscou

RESUMO

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GERADO EM: 21/06/2024 - 10:12

Tensões entre Rússia, Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Putin adverte Coreia do Sul sobre enviar armas à Ucrânia após acordo com Coreia do Norte. EUA preocupados com possível envio de armas à Pyongyang. Relação entre Rússia e Coreia do Norte gera tensões com Coreia do Sul e EUA. Putin ameaça responder com envio de armas à Coreia do Norte. Posicionamento gera preocupações sobre estabilidade na região.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu a Coreia do Sul, na quinta-feira, que enviar armas à Ucrânia — em guerra com Moscou desde fevereiro de 2022 — seria "um grande erro" e acrescentou que a Rússia poderia, por sua vez, enviar armas à Coreia do Norte, com quem assinou há dois dias um tratado de assistência mútua. A declaração de Putin foi considerada "incrivelmente preocupante" pelos Estados Unidos.

A advertência do líder russo ocorreu na sequência dos comentários de Seul sobre considerar a possibilidade de enviar armamentos para Kiev — que teriam sido feitos por um funcionário presidencial de Seul à agência de notícias Yonhap, mas também pelo conselheiro de Segurança Nacional Chang Ho-jin, nesta sexta-feira — em reação ao acordo assinado por Putin e Kim Jong-un durante a visita do líder russo à Pyongyang na quarta-feira.

Seul já prestou ajuda humanitária e forneceu artigos militares de natureza não letal a Kiev, mas nunca exportou armas, em consonância a uma política de longa data do país de não armar países em conflito.

O posicionamento provocou uma reposta enérgica do embaixador russo, Georgy Zinoviev, que, segundo a Tass, afirmou que as tentativas de chantagear Moscou eram inaceitáveis. Durante reunião com Zinoviev, nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Kim Hong-kyun, condenou o acordo e a cooperação militar russa com a Coreia do Norte. A Coreia do Sul também convocou o embaixador russo em um sinal de protesto, informou o The Guardian.

— Enviar armas letais para a Ucrânia para zonas de combate seria um grande erro — disse Putin durante sua visita ao Vietnã, onde desembarcou na quinta após a viagem à Coreia do Norte, alertando: — Se isso acontecer, tomaremos uma decisão correspondente, que provavelmente não será do agrado da atual liderança sul-coreana.

Putin sinalizou que o envio de armas à Coreia do Norte seria uma resposta apropriada àqueles que fornecem armas para a Ucrânia, afirmado que quem o faz "pensa que não está lutando contra nós".

— Mas eu disse, inclusive em Pyongyang, que nós nos reservamos o direito de fornecer armas para outras regiões do mundo, no que diz respeito aos nossos acordos [com a Coreia do Norte] disse Putin. — Eu não descarto essa possibilidade.

Em resposta aos comentários de Putin, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou que o envio de armas para a Coreia do Norte "poderia desestabilizar a península coreana, potencialmente, dependendo do tipo de armas, e poderia violar as resoluções do Conselho de Segurança que a própria Rússia apoiou".

'Dependerá da Rússia'

Nesta sexta-feira, um funcionário da administração presidencial sul-coreana, citado pela Yonhap, afirmou que "existem várias formas de fornecer armas" e advertiu que a posição do país "dependerá de como a Rússia abordará a situação daqui pra frente." Um comentário anterior, também citado pela Yonhap, destacou que Seul decidiu manter a "incerteza estratégica" sobre o envio de armamentos a Kiev como meio para "impedir a transferência de tecnologia militar" para Pyongyang.

A agência sul-coreana disse que poderiam fornecer projéteis de artilharia de 155 mm e sistemas de defesa aérea à Ucrânia, segundo fontes governamentais.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o chanceler sul-coreano afirmaram que o tratado entre Moscou e Pyongyang representa uma "séria ameaça" à paz e a estabilidade na região e, em resposta, Blinken acrescentou que Washington consideraria "várias medidas". Também não faltaram manifestações de preocupação sobre o acordo por parte do chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg.

O documento assinado na quarta prevê o compromisso de assistência mútua caso qualquer um dos países seja atacado, embora Putin não tenha esclarecido se a assistência requereria uma intervenção militar imediata e em larga escala em caso de ataque. Por outro lado, Moscou "não exclui o desenvolvimento de cooperação técnico-militar" com a Coreia do Norte.

Já a relação diplomática entre Coreia do Norte e Coreia do Sul, apesar de experimentar períodos menos complicados, sempre foram instáveis. Mas, no início do mês, Seul informou que suspenderá completamente um acordo militar assinado com Pyongyang em 2018 após seu regime enviar centenas de balões com lixo ao país vizinho. O acordo de 2018 pretendia reduzir as tensões na península e evitar uma escalada militar acidental, em particular ao longo da fronteira militarizada. (Com AFP)

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