Manifestantes pró-Palestina atacam embaixada de Israel no México com coquetéis molotov, e seis ficam feridos; vídeo

• Entrevista: 'O reconhecimento da Palestina reaviva a solução de dois Estados', diz embaixador da Noruega no Brasil
• Após bombardeio matar mais de 40: Israel entra com tanques no centro de Rafah, onde ONU relata êxodo de 1 milhão de pessoas

Segundo publicado pelo jornal mexicano El Universal, agentes mobilizados para a operação também teriam sido atacados com pedras e outros objetos pelos manifestantes. Ao menos seis policiais ficaram feridos, a maioria com queimaduras em diversas partes do corpo, e foram atendidos por paramédicos do Esquadrão de Resgate e Urgências Médicas. Os agentes, que usavam escudos, responderam aos ataques com gás lacrimogêneo e lançaram de volta as pedras que foram arremessadas contra eles. Uma fotógrafa foi atingida na orelha por uma pedra.

Cerca de 30 manifestantes participaram dos ataques contra a sede diplomática, de acordo com a agência AFP. Vídeos do momento foram divulgados nas redes sociais. Um deles foi compartilhado no perfil da Embaixada de Israel no México com a legenda: "Condenamos estes atos de violência".

Nas imagens é possível ver os manifestantes reunidos, alguns com os rostos cobertos, e ao fundo o incêndio provocado pelas explosões dos coquetéis molotov.

• EUA: Casa Branca diz que ataque a Rafah não cruzou 'linha vermelha' de Biden sobre Gaza; armas americanas foram usadas

No domingo, um ataque aéreo israelense contra a região de Rafah causou um incêndio que matou 45 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e deixou 249 feridas. As Forças Armadas de Israel (FDI) reconheceram que o bombardeio atingiu civis palestinos e prometeu abrir uma investigação sobre o caso, embora também tenha afirmado que tratava-se de um "alvo legítimo" usado para atividades terroristas. Entidades internacionais, contudo, contestaram a versão, indicando que a área abrigava deslocados pela guerra e havia sido indicada por Israel como uma zona segura.

O governo do México, por meio da Secretaria de Relações Exteriores (SRE), condenou o "bombardeio israelense em Rafah que causou a morte de dezenas de civis. "O México reitera a importância de cumprir as normas do direito internacional humanitário, faz um apelo pelo cessar-fogo e pelo cumprimento das medidas ditadas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) para permitir um acordo político e a entrada de ajuda humanitária em Gaza", afirmou o órgão em comunicado.

Na sexta-feira, pouco depois da Corte Internacional de Justiça (CIJ) emitir a ordem para a suspensão da ofensiva em Rafah, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, chamou as acusações de genocídio feitas pela África do Sul, base do processo em Haia, de "falsas e ultrajantes", e afirmou que a operação militar "não levará à destruição da população civil palestina". Na segunda-feira, um dia após o bombardeio, Netanyahu afirmou que o caso foi um "erro trágico" ocorrido "apesar dos esforços para não afetar aqueles que não estavam envolvidos".

— Nenhum refém israelense será libertado se mais pessoas tiverem que se abrigar em tendas — disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, antes de uma reunião de chanceleres da União Europeia (UE) em Bruxelas. — A lei humanitária internacional se aplica a todos, assim como à conduta de Israel na guerra.

Guido Crosetto, ministro da Defesa da Itália, outro país que tem evitado emitir críticas mais duras a Israel, disse em entrevista à rede de notícias TG24 que a situação no enclave agora é de "desespero" e que "não é mais justificável". Ele ainda afirmou que o cenário é "cada vez mais difícil", e que o povo palestino está "sendo espremido, sem levar em conta as dificuldades e os direitos de mulheres, crianças e homens que não têm nada a ver com o [grupo terrorista] Hamas".

— Tenho a impressão de que Israel está semeando um ódio que impactará seus filhos e netos — afirmou o ministro.

O governo dos Estados Unidos, que tem alertado sobre os efeitos de uma ofensiva contra Rafah há semanas, chamou o bombardeio de "desolador" e reiterou que está em contato com os israelenses, ainda que também tenha enfatizado a morte de dois integrantes do Hamas.