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Por O Globo e agências internacionais — Rafah, Gaza

Um membro das forças de segurança do Egito foi morto nesta segunda-feira num tiroteio em Rafah, cidade fronteiriça no extremo sul da Faixa de Gaza, após uma suposta troca de tiros com militares israelenses. As Forças Armadas de Israel disseram mais cedo que houve um "incidente" nesta manhã, e que autoridades de ambos os países dialogavam sobre o assunto. Em comunicado, um porta-voz militar do Cairo confirmou que houve uma morte, mas afirmou que também investiga o caso.

Segundo o jornal israelense Haaretz, fontes do Exército de Israel e outras testemunhas teriam afirmado que o soldado egípcio "disparou primeiro" contra o militar israelense. Se confirmado, este será o primeiro confronto direto entre soldados israelenses e egípcios desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado, e poderá aumentar a pressão sobre autoridades de Tel Aviv, já amplamente criticadas pela condução do conflito no território palestino.

O incidente desta segunda-feira ocorre menos de um dia após Israel bombardear um complexo de operação do grupo terrorista Hamas, provocando um incêndio que matou ao menos 45 pessoas num acampamento de tendas improvisado em Rafah. Autoridades israelenses disseram que o ataque matou dois integrantes do grupo palestino, e o Ministério da Saúde do enclave afirmou que 249 pessoas ficaram feridas. A Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina pontuou que a área atingida havia sido designada por Israel como zona humanitária.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu o ataque aéreo deste domingo como um "acidente trágico". Em discurso no Knesset, o parlamento de Israel, ele disse que autoridades investigam o caso, e que "cada [ser ferido] não envolvido [na guerra] é uma tragédia". Ele acrescentou que as mortes ocorreram "apesar dos nossos melhores esforços para não machucá-los". Apesar disso, ele também prometeu continuar lutando em Gaza "até que a bandeira da vitória seja hasteada".

— Não pretendo acabar com a guerra antes de todos os objetivos terem sido alcançados. Se cedermos, o massacre retornará — disse ele, em referência ao ataque sem precedentes do Hamas em território israelense em 7 de outubro, quando mais de 1,1 mil pessoas morreram, a maioria civis, e cerca de 250 foram sequestradas.

Desde 7 de maio, as forças israelenses operam em Rafah, cidade considerada por Israel como "o último reduto" do Hamas. Estimativas das Nações Unidas afirmam que mais de 800 mil pessoas fugiram de Rafah em poucos dias após o Exército israelense ter anunciado a sua ofensiva. Ainda assim, porém, a área continua densamente povoada — com uma população de 250 mil pessoas antes da guerra, a cidade chegou a abrigar 1,5 milhão de palestinos por causa de uma série de deslocamentos internos pelo conflito de mais de sete meses.

Desde que a guerra mais recente começou, Cairo tem procurado tanto manter a solidariedade com os palestinos quanto preservar seus laços com Tel Aviv. O Egito foi, em 1979, o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, mas seu relacionamento desde então tem sido frequentemente rotulado como uma "paz fria". O governo egípcio teme repercussões domésticas por causa da guerra, e as tensões aumentaram desde que as forças israelenses tomaram a passagem fronteiriça de Rafah, um ponto de entrada crucial para ajuda humanitária.

Em 8 de outubro, um dia após o início da guerra, um policial na segunda maior cidade do Egito, Alexandria, abriu fogo contra um grupo de turistas israelenses, matando dois deles e seu guia egípcio.

Segundo publicado pela Reuters, em um tiroteio anterior, em junho de 2023, Israel disse que um policial egípcio cruzou a fronteira e matou três soldados israelenses antes de ser morto a tiros. Na época, o Exército do Egito disse que os três israelenses morreram num tiroteio por um membro das forças de segurança egípcias que havia cruzado a fronteira "em perseguição a traficantes de drogas". (Com AFP)

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