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Por — Kiev

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarcou em Kiev na manhã desta terça-feira em uma visita-surpresa em meio ao avanço da ofensiva russa na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia. Diante de um momento delicado da guerra, no qual as forças ucranianas acumulam derrotas e perdem territórios, a visita do diplomata americano representa uma tentativa de Washington de reafirmar seu compromisso com o esforço defensivo de Kiev.

A quarta visita de Blinken à Ucrânia desde o começo da guerra, em fevereiro de 2022, acontece poucas semanas após a aprovação, no Congresso, americano de um pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 314,5 bilhões) para o país da Europa Oriental que passou meses bloqueado por disputas na política interna nos EUA em ano de eleição presidencial. O chefe da diplomacia americana garantiu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a ajuda aprovada está prestes a chegar ao país.

— No curto prazo, a assistência está a caminho, e isso fará uma diferença real contra a agressão russa no campo de batalha — disse Blinken a Zelensky no início de uma reunião em Kiev.

O líder ucraniano descreveu a ajuda dos EUA como crucial e agradeceu a Blinken, mas também disse que a Ucrânia precisava desesperadamente de mais dois sistemas de defesa aérea para proteger Kharkiv, segunda principal cidade do país que foi atingida repetidamente por ataques russos nas últimas semanas.

Dirigindo-se ao chefe da diplomacia americana em inglês, Zelensky afirmou que os fornecimentos de defesa aérea eram “o maior déficit para nós” enquanto a Rússia conduz desde março ataques aéreos de longo alcance que destruíram instalações elétricas e causaram apagões na cidade.

— Realmente, precisamos hoje de dois Patriots para Kharkiv, para a região de Kharkiv, porque lá as pessoas estão sob ataque. Civis, combatentes, todos eles estão sob mísseis russos.

Objetivo: tranquilizar

A visita de Blinken não havia sido antecipada ao público. O secretário de Estado estava na Polônia, de onde partiu de trem em direção à capital ucraniana. No comboio, um alto funcionário do governo dos EUA afirmou a jornalistas que a agenda tinha o objetivo de tranquilizar os ucranianos diante da ofensiva russa lançada na última sexta-feira na região de Kharkiv.

— O primeiro objetivo da viagem é enviar um sinal forte para tranquilizar os ucranianos que, claramente, estão em uma situação muito difícil, tanto pela intensificação dos combates no front leste como porque os russos agora estão ampliando os ataques transfronteiriços a Kharkiv — disse o funcionário.

Na linha de frente da guerra na Ucrânia

Na linha de frente da guerra na Ucrânia

A ajuda dos EUA é um pilar fundamental da resistência ucraniana contra a agressão russa. Washington liberou recentemente US$ 1,4 bilhão (R$ 7,2 bilhões) em ajuda militar, especialmente munições de artilharia e sistemas antiaéreos Patriot e Nasams. A escassez de equipamentos militares tem sido uma importante preocupação — ao lado da falta de recrutas — no front ucraniano.

As tropas de Kiev estão sob forte pressão desde a última sexta-feira, quando o Exército russo lançou ataques apoiados por artilharia e bombardeios na tentativa de cercar Kharkiv. Os militares ucranianos admitiram que os russos conquistaram "sucessos táticos" nos últimos dias, mas falam em uma resistência organizada.

O secretário de Segurança Nacional da Ucrânia, Oleksandr Lytvynenko, afirmou em entrevista à AFP que "mais de 30 mil" soldados russos integravam o ataque à região de Kharkiv, mas que não havia "nenhuma ameaça" imediata à cidade, que fica a quase 30 quilômetros da zona de combate.

— Eles executam ataques de "carnificina", enviam todo seu equipamento, (...) seus drones estão muito ativos — disse, na segunda-feira, na localidade de Ruski Tychk, um soldado ucraniano que integra um grupo que se recupera após atuar na defesa de Lyptsi, a sete quilômetros de distância.

O soldado, que preferiu não revelar seu nome, fez referência aos ataques em fases sucessivas, letais, desencadeados pela Rússia.

Descarrilamento

A imprensa russa noticiou nesta terça-feira o descarrilamento de um trem de carga provocado por "pessoas não autorizadas" na região de Volgogrado. As autoridades não divulgaram detalhes do incidente, mas o governo russo acusou Kiev em outras ocasiões de atacar o sistema ferroviário do país.

Operação terrestre na região a norte de Kharkiv — Foto: Arte/ O GLOBO
Operação terrestre na região a norte de Kharkiv — Foto: Arte/ O GLOBO

O incidente em Volgogrado foi um "descarrilamento de vagões na estação ferroviária de Kotluban (...) após a intervenção de pessoas não autorizadas", afirmaram as agências Tass e Ria Novosti, assim como o jornal Izvestia.

Kiev não assumiu a responsabilidade pelo descarrilamento, mas um funcionário ucraniano da prefeitura de Mariupol, cidade conquistada pela Rússia no início de 2022, chamou o incidente de "boa notícia" e revelou detalhes.

"Durante a noite, desconhecidos retiraram vagões de carga dos trilhos da estação Kotluban", escreveu o funcionário Petro Andryuchchenko no Telegram. Ele explicou que a estação tem "um ramal ferroviário que segue até o arsenal do principal departamento de mísseis e artilharia do Ministério da Defesa da Rússia".

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou que 25 foguetes ucranianos RM-70 Vampire foram interceptados pela defesa aérea na região de Belgorod. (Com AFP)

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