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Por AFP — Moscou

O Ministério de Defesa russo reivindicou, neste domingo, a captura de outras quatro localidades na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, dois dias após o lançamento de uma ofensiva terrestre de suas tropas nesta zona, tomada em fevereiro de 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que "batalhas defensivas e combates ferozes continuam em grande parte da fronteira". Toda a fronteira norte da região, de onde já saíram mais de 4,5 mil pessoas, está sob fogo russo "quase 24 horas por dia", informou o governo local. Em Belgorod, cidade russa, ao menos cinco pessoas morreram após um ataque ucraniano, também neste domingo.

A ofensiva russa, lançada na sexta-feira, mostrou uma potencial tentativa de abrir um novo front de guerra e aumentar a pressão sobre Kharkiv, a segunda maior cidade do país. "As unidades do grupo de tropas Norte avançaram profundamente contra as defesas inimigas e libertaram as localidades de Gatiche, Krasnoe, Morokhovets e Oleynikovo na região de Kharkiv", disse o ministério em um comunicado.

O líder ucraniano afirmou que "a ideia por trás dos ataques na região de Kharkiv é esticar nossas forças e minar a base moral e motivacional da capacidade dos ucranianos de se defenderem”.

No sábado, Moscou anunciou que cinco vilarejos haviam sido tomados na região, uma parte da Ucrânia de onde as tropas russas haviam sido expulsas há quase dois anos. Na ocasião, o presidente Volodymyr Zelensky disse que as tropas ucranianas estavam realizando contra-ataques.

O principal comandante do exército ucraniano disse que a situação era “complicada”, mas que suas forças estavam conseguindo conter os avanços russos. Segundo o governador de Kharkiv, Oleg Synegubov, "a situação é difícil": “O número de assentamentos onde as hostilidades ativas estão em andamento aumentou”, disse nas redes sociais. Os promotores locais disseram que quatro civis foram mortos na ofensiva.

Em um ponto de deslocamento próximo à linha de frente na região de Kharkiv, os repórteres da AFP viram no domingo grupos de pessoas que haviam sido deslocadas dos arredores da cidade de Vovchansk, a maioria delas idosas e desorientadas. A cidade foi o alvo do primeiro assalto russo.

— Nós não íamos embora. Lar é lar — disse Lyuda Zelenskaya, de 72 anos, abraçando um gato trêmulo chamado Zhora.

Ucranianos fogem de Kharkiv após investida russa. — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP
Ucranianos fogem de Kharkiv após investida russa. — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP

Voluntários ajudaram os deslocados a se acomodar em alguns bancos de madeira, onde eles se registraram e receberam alimentos antes de serem encaminhador para Kharkiv, a capital regional. Os serviços de emergência disseram que mais de 4,5 mil pessoas foram deslocados da região. Synegubov estimou que ainda restavam cerca de 500 civis em Vovchansk.

'Pânico e incerteza' como estratégia

Nas redes sociais, o comandante-chefe da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, disse que as defesas do Exército ucraniano estavam resistindo. “As tentativas dos ocupantes russos de romper nossa defesa foram interrompidas”, escreveu. Apesar disso, afirmou que a situação na região de Kharkiv havia “se deteriorado significativamente” e era “complicada”.

As forças ucranianas “estão fazendo tudo o que podem para manter suas linhas e posições defensivas e infligir danos ao inimigo”, concluiu.

Operação terrestre na região a norte de Kharkiv — Foto: Arte/ O GLOBO
Operação terrestre na região a norte de Kharkiv — Foto: Arte/ O GLOBO

Na visão do analista finlandês Joni Askola, citado pela revista Forbes, o movimento das tropas russas em direção à Kharkiv tem como objetivo despistar as tropas ucranianas da estratégica Chasiv Yar e das cidades a oeste de Avdiika, cuja tomada pelo Exército russo em fevereiro foi considerada uma vitória simbólica para o Kremlin, já que permitira abrir novas linhas de ataque para a conquista de toda a região do Donbass.

"Parece que os russos pretendem incutir pânico e incerteza na sociedade, convencendo a população de uma ameaça iminente do outro lado da fronteira" observou o grupo de análise ucraniano Frontelligence Insight, também citado pela revista, acrescentando que "ao levar os ucranianos a deslocar unidades para estas áreas, os russos estão desviando-os ucranianos de se concentrarem nos objetivos estratégicos russos na região de Donbass."

Além de tentar distrair as escassas forças ucranianas dos disputados campos de batalha do leste da Ucrânia, os analistas militares acreditam que os russos também estão tentando criar uma zona tampão ao longo da fronteira para tornar mais difícil para as forças inimigas lançarem artilharia contra a Rússia.

Mortos em Belgorod

Enquanto as tropas russas avançam, um ataque ucraniano a região fronteiriça de Belgorod deixou cinco pessoas mortas, informou o Ministério de Situações de Emergência da Rússia. Os corpos estavam sob os escombros de um prédio que desabou parcialmente. A pasta, também citada pela agência de notícias TASS, afirmou mais cedo que ao menos 20 pessoas ficaram feridas.

O Ministério da Defesa russo afirmou que um míssil ucraniano Tochka-U atingiu um “distrito residencial” na cidade depois de ter sido interceptado pelas defesas aéreas. As autoridades disseram que o trabalho de resgate teve que ser interrompido várias vezes devido a alertas de ataques aéreos.

Prédio desaba parcialmente após ataque ucraniano em Belgorod. — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP
Prédio desaba parcialmente após ataque ucraniano em Belgorod. — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP

Um vídeo divulgado pelo Ministério de Situações de Emergência da Rússia mostrou bombeiros e equipes de resgate trabalhando em uma enorme pilha de escombros emaranhados. Uma moradora disse à RIA Novosti que estava em um corredor do prédio quando houve a explosão e que seu marido estava em um quarto.

— Ele não teve tempo [de escapar] — disse, acrescentando que o homem havia sido ferido na cabeça e no rosto.

O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, postou um vídeo no Telegram mostrando um prédio desmoronado com um enorme buraco. “Após disparos diretos de projéteis contra um prédio residencial... toda a entrada, do décimo ao térreo, desabou”, disse Gladkov, condenando os “bombardeios maciços” do exército ucraniano.

O Ministério de Situações de Emergência advertiu que o número de vítimas poderia aumentar, já que parte do telhado do prédio desabou no momento em que as equipes de resgate estavam procurando sobreviventes.

Belgorod é regularmente alvo de ataques de drones e mísseis ucranianos. Kiev diz que está fazendo isso para combater os bombardeios diários das forças russas nas cidades ucranianas desde o início da ofensiva militar de fevereiro de 2022. (Com AFP e NYT)

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