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Por — Teerã e Tel Aviv

Nos dias posteriores ao ataque mortal atribuído a Israel contra o complexo da Embaixada do Irã na Síria, no início deste mês, as únicas questões eram como e quando — e não se — o Irã responderia. Neste sábado, Teerã deu sua resposta com um ataque aéreo sem precedentes lançado diretamente de seu território, marcando uma escalada de consequências imprevisíveis em uma região já abalada por mais de seis meses de guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Na madrugada de domingo em Israel (sábado à noite no Brasil), o porta-voz das Forças Armadas de Israel disse que mais de 200 mísseis e drones foram lançados a partir do Irã, com a maioria tendo sido interceptada fora do território israelense com ajuda dos Estados Unidos e do Reino Unido. Uma base no sul de Israel teve danos mínimos, segundo a mesma fonte, e uma criança de 10 anos ficou ferida.

Paralelamente, o movimento xiita libanês Hezbollah e os rebeldes houthis, do Iêmen — ambos aliados do Irã e membros do chamado Eixo de Resistência —, realizaram seus próprios ataques contra Israel. O primeiro disparou foguetes contra as Colinas do Golã, território sírio ocupado por Israel, e os últimos lançaram drones em direção ao território israelense.

Irã e Israel são Estados inimigos, mas nenhum deles alguma vez lançou um ataque direto e aberto no solo do outro — embora o ataque de Israel ao anexo consular iraniano, em 1º de abril, tenha ocorrido no que é tecnicamente considerado território iraniano soberano por convenção diplomática.

Durante 12 dias, o regime jurou vingança, com o líder supremo Ali Khamenei aparecendo perante uma multidão empunhando uma espingarda enquanto prometia retaliar. As autoridades americanas esperavam que a resposta do Irã fosse calibrada para evitar uma guerra total, mas Teerã também tenta reafirmar-se como uma força regional – uma corda bamba que tem procurado caminhar desde o início da guerra Israel x Hamas, em outubro.

Poucos minutos após o início da operação iraniana, a conta na rede social X de Khamenei voltou a publicar uma mensagem que afirmava que "o regime diabólico será punido". Embora os danos causados ​​tenham sido limitados, a escala do lançamento e sua rota transnacional aumentam a tensão em uma região já convulsionada desde o ano passado com a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Israel prometeu responder: "Determinamos um princípio claro: quem quer que nos prejudique, nós iremos prejudicá-los”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no sábado à noite, pouco antes da confirmação oficial de que um ataque aéreo do Irã se dirigia ao país. Somado ao ataque do Irã, essa potencial resposta empurra o Oriente Médio ainda mais para um território desconhecido, com consequência imprevisíveis.

Imediatamente após o início da retaliação do Irã, Netanyahu reuniu seu Gabinete de guerra em uma sala blindada em um local secreto. Mais tarde, o premier israelense manteve uma conversa telefônica com o presidente dos EUA, Joe Biden – previamente, Washington, que na véspera anunciou o envio de reforços militares para a região, indicou que "apoiará o povo de Israel".

Retaliação

A Guarda Revolucionária, força de elite da República Islâmica, confirmou que o lançamento de drones e mísseis foi em retaliação ao bombardeio contra sua instalação diplomática em Damasco em 1º de abril, no qual morreram dois de seus generais, incluindo Mohammad Reza Zahedi, comandante das Forças Quds (responsáveis pelas operações do país no exterior).

A missão iraniana na ONU indicou na rede social X que esse "é um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os Estados Unidos DEVEM FICAR DE FORA!".

Israel, que à tarde anunciou o fechamento das escolas em todo o país "considerando a situação de segurança", informou sobre o fechamento de seu espaço aéreo às 18h30 de Brasília. Jordânia e Líbano, vizinhos de Israel, e Iraque, que compartilha fronteira com o Irã, também informaram sobre o fechamento de seu espaço aéreo, enquanto o Egito disse que sua defesa aérea estava em estado de alerta máximo.

França e Reino Unido condenaram o ataque iraniano, assim como a União Europeia, que o qualificou de "escalada sem precedentes". A Alemanha condenou os ataques e alertou a ofensiva com drones e mísseis iranianos contra Israel poderia "lançar uma região inteira no caos", instando Teerã a interromper as agressões.

Guerra em Gaza

Neste sábado de manhã, as forças marítimas da Guarda Revolucionária interceptaram um navio "vinculado" a interesses israelenses no Estreito de Ormuz, por onde transita grande parte da produção petrolífera dos países do Golfo, com 25 tripulantes a bordo.

Essa escalada ocorre no contexto da guerra entre Israel e o Hamas, movimento apoiado pelo Irã, desencadeada por uma sangrenta incursão no sul de Israel em 7 de outubro. Naquele dia, o Hamas matou cerca de 1.170 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses. Também tomaram 250 reféns, dos quais 102 continuariam em cativeiro em Gaza, onde também estariam 34 corpos.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva que deixou 33.686 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

O conflito, além do grande número de vítimas, deixou a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza à beira da fome, segundo a ONU. O cerco israelense impede a entrada da ajuda humanitária necessária ao pequeno território.

Mais recente Próxima Ataque do Irã: Israel promete resposta após interceptar maioria de 200 drones e mísseis lançados contra o país
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