O Itamaraty informou ter retirado do Haiti, nesta quarta-feira, sete brasileiros que manifestaram a intenção de deixar o país caribenho, tomado pela onda de violência perpetrada por gangues armadas. Eles partiram de Porto Príncipe em dois voos de helicóptero rumo à cidade fronteiriça de Jimaní, na República Dominicana, onde foram recebidos por funcionários da Embaixada do Brasil em São Domingos.
A operação de evacuação ocorreu em um contexto do agravamento da situação de segurança no Haiti e do fechamento prolongado do aeroporto internacional de Porto Príncipe. Outros 59 nacionais identificados pela Embaixada do Brasil na capital haitiana decidiram permanecer no país, ou optaram por sair por meios próprios.
De acordo com o Itamaraty, entre as pessoas retiradas do país está uma cidadã alemã idosa, incluída no grupo de brasileiros "por razões humanitárias". Nesse caso, a operação de resgate ocorreu a pedido e às custas do governo da Alemanha.
"O governo brasileiro agradece aos governos do Haiti e da República Dominicana o apoio recebido, que muito contribuiu para o êxito da operação", diz uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
O país caribenho sofre com a instabilidade causada pela violência de gangues poderosas que multiplicaram os ataques contra as autoridades e a população nas últimas semanas. Nem mesmo a instituição de um conselho presidencial transitório para supervisionar a transição política após a renúncia do premier Ariel Henry, sob pressão das gangues, e impor alguma estabilidade no Haiti, ajudou a melhorar a crise.
Entre 8 e 27 de março, 53.125 pessoas deixaram Porto Príncipe, somando-se aos 116 mil que haviam fugido nos meses anteriores, indicou a OIM em um comunicado à imprensa. Grande parte dos que fugiram em março foram para o sul, segundo a organização, e a maioria relatou que estava indo "devido à violência e à insegurança".