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Por AFP, O Globo — Moscou

Um ataque com um avião modificado para voar sem piloto, reivindicado por Kiev, deixou 13 feridos em um complexo industrial na região russa do Tartaristão, a mais de 1.200 km da fronteira com a Ucrânia. O alvo principal seria uma unidade de produção dos drones de tecnologia iraniana Shahed — conhecidos na Rússia como Geran —, usados à exaustão em ações em solo ucraniano.

Avião ucraniano sem piloto cai em prédio industrial, na Rússia

Avião ucraniano sem piloto cai em prédio industrial, na Rússia

De acordo com as autoridades locais, as aeronaves não tripuladas atingiram um dormitório de estudantes da Universidade Politécnica de Yelabuga, uma zona econômica especial dentro do Tartaristão onde há um considerável parque industrial e petroquímico. O local fica a menos de 300 metros de unidades de montagem da versão russa dos drones Shahed-136, chamados localmente de Geran-2, que se tornaram uma arma preferencial de Moscou em sua invasão da Ucrânia.

"Esta manhã, empresas da república em Yelabuga e Nizhnekamsk foram atacadas por veículos aéreos não tripulados. Não há danos graves, o processo tecnológico das empresas não é perturbado. Em Yelabuga, infelizmente, há vítimas em consequência da destruição das instalações. Eles recebem toda a ajuda necessária", escreveu, no Telegram, o governador da região, Rustam Minnikhanov. Posteriormente, serviços de segurança confirmaram que 13 pessoas ficaram feridas, todas identificadas como estudantes universitários.

A Ucrânia realiza regularmente ataques com drones ou sabotagens contra fábricas, ferrovias ou refinarias em território russo, mas jamais havia atingido alvos tão distantes de suas fronteiras, a cerca de 1,2 mil km. Como mostram as imagens, o equipamento usado na ação não foi o mesmo visto em ataques contra instalações petrolíferas em São Petersburgo ou Belgorod, mas sim uma aeronave civil aparentemente modificada para uso militar.

Segundo especialistas, seria um Aeroprakt A-22 Foxbat, um ultraleve de fabricação ucraniana que tem autonomia de voo de 1,1 mil km, que pode, segundo especialistas, ser ampliada com modificações pontuais — até o momento não houve confirmação por parte de Kiev, seguindo uma "praxe" em ações dentro da Rússia. Uma fonte do setor ucraniano de Defesa disse à AFP que "foi uma operação do GUR", o serviço de inteligência militar da Ucrânia, responsáve por ações desse tipo contra fábricas ou refinarias russas.

— O regime de Kiev continua a sua atividade terrorista. Nós e os nossos militares, em primeiro lugar, estamos trabalhando para minimizar esta ameaça e, posteriormente, eliminá-la completamente — disse o secretário de Imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, sem comentar as alegações sobre o equipamento utilizado. — Esta é mais uma questão da competência do Ministério da Defesa, dos nossos serviços especiais, que estão combatendo essa ameaça do regime de Kiev.

Além de Yelabuga, houve ataques com drones contra uma refinaria de petróleo em Nizhnekamsk, também no Tartaristão, mas as aeronaves foram interceptadas antes de atingir o alvo.

— Hoje houve um ataque, um drone tipo aeronave. Não explodiu, o sistema de guerra eletrônica estava funcionando. Hoje essa aeronave está neutralizada. Não há incêndio, nem destruição, nem vítimas. Tudo está sob controle. Todos os serviços estão funcionando — disse à agência Tass o prefeito da cidade, Ramil Mullin.

Ataques com drones dentro da Rússia, apesar de criticados por Washington, são considerados uma arma legítima pelos ucranianos para responder à invasão iniciada em fevereiro de 2022. Os alvos preferenciais são as refinarias de petróleo, uma estratégia moldada para afetar a produção de combustível e, especialmente, as exportações, hoje uma fonte imprescindível de renda para Moscou.

Ao demonstrar capacidades de atingir cidades cada vez mais distantes da fronteira, Kiev também põe em xeque os sistemas de defesa aérea da Rússia — afinal, detectar aeronaves como o ultraleve que teria atingido o prédio em Yelabuga pode demandar mudanças nos procedimentos e até revisões dos equipamentos hoje em operação.

Em uma aparente tentativa de minimizar o ataque desta terça-feira, o deputado russo Andrey Gurulyov sugeriu que a ação poderia ter sido lançada do Cazaquistão, que fica relativamente próximo ao Tartaristão. Em resposta, o Ministério da Defesa cazaque disse que se trata de uma informação falsa.

“A informação divulgada em alguns canais do Telegram de que supostamente drones que atacaram alvos na República do Tartaristão foram lançados do território do Cazaquistão não corresponde à realidade”, disse o ministério, completando que "tais insinuações visam desacreditar” o Cazaquistão. Outrora firmes, as relações entre Moscou e Astana hoje passam por um período de turbulências, com sinais recorrentes emitidos pelo país da Ásia Central de "incômodo" com a influência exercida por Moscou sobre suas políticas internas.

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