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Por AFP — Jerusalém, Israel

As autoridades israelenses pararam de emitir novos vistos ou de renovar os antigos para funcionários estrangeiros de ONGs internacionais, a maioria dos quais ocupam cargos de chefia, segundo três altos funcionários humanitários e um organismo que representa mais de 80 grupos. Até a última quinta-feira, 57 vistos de trabalhadores humanitários tinham expirado, enquanto outros 42 "vão expirar nas próximas semanas", disse Faris Arouri, diretor da Associação de Agências de Desenvolvimento Internacional (AIDA), cujo membros trabalham nos territórios palestinos. Pelo menos 50 pedidos de novos vistos – para funcionários que estão em Gaza e na Cisjordânia – não foram à frente, disse Arouri.

— Vemos isso como parte integrante de um bloqueio israelense em grande escala às operações de ajuda e ajuda humanitária tanto na Cisjordânia quanto em Gaza — afirma Arouri.

A ONU também foi afetada, com dezenas de pedidos de visto atualmente “sem resposta”, disse um funcionário da organização à AFP. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Lior Haiat, disse à AFP que houve “uma mudança de procedimentos em relação à emissão de vistos para as ONGs” e que a questão “será resolvida num futuro próximo”.

'Zona cinzenta'

A guerra em Gaza eclodiu com o ataque sem precedentes do Hamas, em 7 de outubro do último ano, ao sul de Israel, que resultou na morte de cerca de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses. A campanha militar de retaliação de Israel matou pelo menos 31.045 pessoas, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o ministério da saúde em Gaza, controlada pelo Hamas.

Relatos sombrios de que os habitantes de Gaza subsistem à base de folhas e forragem animal enquanto as crianças sucumbem à subnutrição chamaram a atenção para a escassez dramática de ajuda alimentar, para não falar de medicamentos e outros bens essenciais.

Embora ninguém acredite que a concessão de vistos a trabalhadores humanitários internacionais aliviaria imediatamente o sofrimento em Gaza, o congelamento de vistos deixou 15 organizações sem diretores nacionais em Israel, disse Arouri, tornando ainda mais difícil o pouco trabalho que podem fazer.

Os vistos de trabalho para ONGs internacionais exigem uma carta de recomendação do Ministério do Bem-Estar e Assuntos Sociais de Israel, que não emite nenhuma desde agosto do último ano, disseram à AFP três altos funcionários humanitários.

Após o ataque de 7 de outubro, o ministério disse que não seria capaz de emitir novas cartas de recomendação, mas aos trabalhadores humanitários estrangeiros foi concedida uma prorrogação geral do visto até o último dia 8 de fevereiro, disseram as autoridades. Nenhuma nova extensão foi anunciada.

O diretor nacional de uma ONG que trabalha com água e saneamento em Gaza e na Cisjordânia, cujo visto expirou, disse que é possível permanecer em Israel obtendo um documento confirmando a apresentação de um pedido de novo visto. Entretanto, alguns trabalhadores humanitários que solicitaram vistos foram obrigados a deixar o país, sem qualquer informação sobre quando poderão regressar.

— Nunca está claro. É como se tudo fosse uma zona cinzenta — disse o diretor.

Tensões com a ONU

A ONU, que lida com o Ministério das Relações Exteriores, ainda está recebendo alguns vistos, mas atualmente tem 67 pedidos sem resposta, disse o funcionário. A maioria destes destina-se a funcionários da agência da ONU para a infância, UNICEF, do Programa Alimentar Mundial e da UNRWA, a agência para os refugiados palestinos.

Israel acusou a UNRWA de empregar 450 “terroristas”, incluindo cerca de uma dúzia que disse estarem envolvidos no ataque de 7 de outubro.

Embora os vistos de um ano fossem a norma para os funcionários da ONU, agora apenas dois meses são mais comuns e, para cônjuges e filhos, o tempo é ainda menor: um mês.

Normalmente, não há comunicação do governo sobre os pedidos, mas em dezembro Israel disse ter “revogado” o visto de Lynn Hastings, coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinos, acusando-a de “retórica perigosa” e parcialidade.

Um funcionário humanitário disse à AFP que, à luz de tais declarações, havia preocupações de que tomar posições como pedir um cessar-fogo faria com que os trabalhadores humanitários fossem vistos como "inimigos do Estado" — colocando os seus vistos e o trabalho das suas organizações em risco.

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