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Por — Brasília

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, se reuniu a portas fechadas, por quase 2 horas, com o presidente Lula em meio a uma crise diplomática com Israel, aliado de Washington, após o presidente brasileiro comparar a guerra em Gaza ao Holocausto. Blinken não falou com a imprensa após o encontro.

Ele chegou a Brasília na noite de terça para o início de uma viagem que também o levará à Argentina. O secretário de Estado também participará de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, entre quarta e quinta-feira, no Rio de Janeiro.

No X, antigo Twitter, o Itamaraty postou uma foto da reunião.

Discordância sobre Venezuela

Segundo a embaixada dos Estados Unidos, seriam tratados assuntos bilaterais e globais, como o apoio do país à presidência do Brasil no G20. Esta é a primeira visita de Blinken como secretário de Estado ao país. Neste ano, os países celebram 200 anos de relações diplomáticas.

Apesar dos convites do Planalto, o presidente americano, Joe Biden, nunca veio ao Brasil desde que assumiu a Casa Branca, em 2021. No ano passado, uma das primeiras viagens internacionais de Lula foi a Washington para se encontrar com o democrata.

Os dois líderes compartilham objetivos na luta contra as mudanças climáticas, na defesa dos direitos dos trabalhadores e nos valores democráticos, mas há muitos outros temas que os separam, começando pela Ucrânia.Lula se opõe à política de isolamento da Rússia adotada por Washington desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, e já declarou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os países do Ocidente que enviam armamentos a Kiev compartilham responsabilidade pela guerra.

Outro ponto de discórdia é a Venezuela: Lula permanece em silêncio, ao contrário dos americanos, diante dos obstáculos impostos a alguns candidatos opositores ao presidente Nicolás Maduro para que participem das eleições venezuelanas, previstas para o segundo semestre deste ano.

O Brasil tem "importantes laços e conexões com as autoridades de Maduro e é capaz de lhes enviar mensagens-chave", declarou na sexta-feira o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols.

Relação com a América Latina

Também se esperava que Blinken falasse com alguns países sobre o apoio ao Haiti, que enfrenta uma grave crise humanitária e de segurança, em um momento em que a comunidade internacional tem dificuldades para formar uma força policial multinacional sob comando do Quênia.

O governo Biden compreendeu, após um ano do mandato de Lula, que eles "podem ser bons amigos, aliados às vezes", mas não sempre, afirmou Bruna Santos, diretora do Brazil Institute do Wilson Center. Segundo Santos, os brasileiros consideram que o governo Biden tem pouco interesse na América Latina.

— Há uma sensação de que esse relacionamento não está à altura de seu potencial — disse.

Na Argentina, Blinken se encontrará nesta sexta-feira com o presidente ultraliberal Javier Milei, frequentemente comparado a Trump.

Crise com Israel

No último domingo, o presidente Lula acusou Israel de cometer um "genocídio" contra os palestinos na Faixa de Gaza e comparou a ofensiva israelense ao extermínio dos judeus pelos nazistas.

— O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus — disse Lula.

Em resposta, Israel, que recebe apoio militar e diplomático dos Estados Unidos, declarou o presidente brasileiro como persona non grata.

O porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, declarou nesta terça que os EUA discordam das críticas do mandatário brasileiro — as mais duras de Lula sobre Israel desde o início do conflito contra o grupo terrorista Hamas, que administra a Faixa de Gaza, em 7 de outubro.

— Obviamente, nós discordamos destes comentários. Temos sido muito claros que não acreditamos que o que tem ocorrido em Gaza seja genocídio — afirmou Miller.

Na sexta-feira, autoridades americanas já previam uma "conversa dinâmica" entre Blinken e Lula, em um momento no qual o Brasil ocupa a presidência rotativa do G20.

No encontro de chanceleres no Rio de Janeiro, também deve estar presente o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. Oficialmente, nenhuma reunião entre os dois está prevista, e um diálogo parece improvável após a morte do opositor russo Alexei Navalny na sexta-feira.

Os países ocidentais, com os Estados Unidos à frente, responsabilizam a Rússia por sua morte.

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