Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo e agências internacionais — Paris

Agricultores franceses iniciaram nesta segunda-feira o bloqueio de estradas ao redor de Paris, mobilizando ao menos mil tratores para interditar as sete principais vias que levam à capital francesa. Com o bloqueio, que ocorre em meio a 11 dias de uma série de protestos no país, os agricultores objetivam denunciar sua situação econômica em uma luta cada vez mais tensa com o governo, cujas respostas dadas até agora não surtiram efeito.

— Nosso objetivo não é aborrecer ou arruinar a vida dos franceses, [mas] pressionar o governo para garantir que encontremos soluções para acabar com a crise — disse o presidente do sindicato majoritário FNSEA, Arnaud Rousseau, à rádio francesa RTL nesta segunda.

Segundo ele, enquanto as ações acontecem “longe de Paris” não há uma “recepção da mensagem”, por isso que o FNSEA e os Jovens Agricultores do Tarn organizaram um cerco para afetar a capital. Rousseau afirmou que a campanha e os bloqueios continuarão pelo menos até quinta, quando o presidente Emmanuel Macron se encontrará com outros líderes para uma reunião do Conselho Europeu.

Os agricultores — que têm bloqueado estradas há mais de uma semana — denunciam a queda de receita, as baixas aposentadorias, a complexidade administrativa, a inflação desatadas por normas ambientais e a concorrência estrangeira, especialmente o acordo negociado entre a União Europeia e os países do Mercosul. Eles exigem preços mais justos para os produtos, a continuação dos subsídios para o diesel agrícola (usado em tratores e outros veículos) e ajuda financeira para agricultores orgânicos.

— Não somos bandidos. Só queremos respostas, porque esta é a nossa última luta pelos agricultores (...) É uma questão de sobrevivência — disse à AFP Karine Duc, membro do sindicato Coordenação Rural.

Na sexta, o premier Gabriel Attal anunciou uma série de medidas, como a eliminação do aumento da taxa do diesel para uso não agrícola e a ajuda a setores em crise. Ele tambémm garantiu que não aprovaria a assinatura do acordo comercial negociado desde 1999 entre a UE e o Mercosul, mas os sindicatos consideraram as medidas insuficentes, e a pressão permaneceu. O ministro da Agricultura, Marc Fesneau, indicou na rede France 2 que novas medidas estão previstas para ser anunciadas "em 48 horas".

Segundo o jornal Le Monde, em toda a França, criadores, agricultores de cereais, horticultores e viticultores bloquearam estradas, despejaram toneladas de esterco em frente à prefeituras, escritórios de políticos, mercados ou do Escritório Francês de Biodiversidade (OFB). Cerca de 60 km a noroeste da capital, a rodovia A13 foi parcialmente bloqueada perto de Buchelay e, do outro lado de Paris, foram instalados os primeiros tratores em ambos os lados da A4, na passagem por Jossigny.

As autoridades, que até agora evitaram conter os protestos, mobilizaram 15 mil policiais para impedir o bloqueio dos aeroportos parisienses e do importante mercado atacadista de Rungis, a cerca de sete quilômetros da capital, para onde se dirigem aproximadamente 30 tratores que partiram do sudoeste pela manhã.

Queda no PIB

O setor agrícola é culturalmente importante na sétima economia mundial, embora o seu peso no PIB tenha caído drasticamente de 18,1%, em 1949 — período de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial — para 2,1% em 2022, segundo dados oficiais.

Em anos recentes, segundo o Le Monde, pressões econômicas e calamidades climáticas se abateram sobre o campo, culminando no aumento das taxas de juros e preços de energia, insumos e alimentação animal. Além disso, há a pressão de indústrias, concorrência de países com regras sanitárias mais flexíveis e flutuação nos preços mundiais. As denúncias começaram em novembro com o sindicato Jovens Agricultores do Tarn, mas agora o governo foi pego de surpresa com a intensidade dos protestos.

Vários líderes de sindicatos do setor pediram aos membros que exerçam pressão máxima sobre o governo nesta semana, especialmente antes do discurso de Attal no Parlamento, marcado para esta terça-feira. Os protestos, que abordam questões como aumento dos custos de combustíveis e redução de subsídios, espalharam-se da Polônia e Romênia para a Europa Ocidental, incluindo a Alemanha. No domingo, agricultores belgas também bloquearam estradas do país apelando a mudanças na Política Agrícola Comum europeia (PAC), sendo algumas ao redor de Bruxelas.

Embora a exigência de tornar as normas ambientais europeias mais flexíveis, como o menor uso de pesticidas, não seja compartilhada por todos os sindicatos, uma melhor remuneração e o fim das importações são exigências globais, não apenas na França.

— Não é um problema de preços. Este é um problema de custos [de produção] que nos levam à ruína — disse o líder do sindicato agrícola Asaja, Pedro Barato, à rádio espanhola Cope, antecipando protestos na Espanha a partir da próxima semana. (Com Bloomberg e AFP)

Mais recente Próxima Kate Middleton e Charles III deixam hospital nesta segunda-feira
Mais do Globo

Proprietário terá que pagar R$ 268,65; o licenciamento é 100% digital

Detran.RJ prorroga calendário 2024 de licenciamento de veículos; veja as novas datas

A medida valerá para empresas que operam voos regionais com origem ou destino na Amazônia Legal ou em capitais, de forma regular

Reforma Tributária: deputados condicionam alíquota reduzida a aéreas que transportarem no mínimo 600 passageiros por dia

Além dos cuidados com o próprio corpo, é preciso ter a atenção redobrada na higienização correta dos aparelhos

Você é higiênico na academia? Saiba as 6 doenças que podem ser pegas no local

Governo baixa decreto com regras. Data original da prova do Concurso Nacional Unificado foi adiada por causas de chuvas no Rio Grande do Sul. Novo adiamento só poderá ocorrer se problema afetar ao menos 0,5% dos inscritos

CNU: O que acontece em caso de novas tragédias ambientais?

Projeto, que agora aguarda sanção presidencial, poderá beneficiará ex-presidente Alberto Fujimori e 600 militares julgados

Congresso do Peru aprova lei que prescreve crimes contra a Humanidade cometidos antes de 2022

Juliana de Pádua teria integrado uma quadrilha que aplicou golpe de R$ 22 mil em uma mulher

Viúva de Guilherme de Pádua é investigada por estelionato em Minas Gerais

Bar Peixaria Divina Providência, em Irajá, serve frutos do mar frescos e outros petiscos

Saiba o que comer no bar campeão nacional do Comida di Buteco 2024

Arthur, que completa 1 ano em julho, recebeu alta em maio deste ano, após nove meses internado

Mulher de Zé Vaqueiro faz apelo em campanha por doação de sangue no Ceará e compartilha experiência com filho