O Consulado-Geral de Israel em São Paulo convocou a imprensa na manhã desta quarta-feira para exibir imagens do ataque terrorista do grupo palestino Hamas ao país em 7 de outubro. O evento foi organizado pelo consulado, pela StandWithUs Brasil, organização de apoio a Israel e combate ao antissemitismo, e pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp). Os organizadores exibiram um vídeo de 40 minutos com cenas explícitas dos ataques a comunidades e cidades de Israel perto da Faixa de Gaza. O governo israelense também as apresentou em Tel Aviv, Pequim, Nova Délhi e Paris, e pelo menos uma delas na Assembleia Geral da ONU em Nova York na semana passada.
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O vídeo apresentado aos jornalistas é composto por imagens captadas de câmeras corporais usadas pelos terroristas, de registros publicados em redes sociais das vítimas e dos extremistas, além de filmagens das próprias forças de segurança de Israel. As cenas retratadas vão desde a invasão por terra, com terroristas em cima de caminhonetes atirando contra motoristas israelenses em estradas, até ataques contra famílias em vários kibutz.
Durante a apresentação, a compilação de vídeos mostra pais assassinados na frente de crianças, uma pessoa morta a golpes de enxada, um cachorro executado no meio do jardim, cadáveres arrastados para fora de veículos e civis sendo sequestrados. De bebês a idosos, há pessoas assassinadas com armas de fogo, fuzis, facas, ferramentas e até granada.
As imagens captadas dos celulares dos criminosos trazem os terroristas comemorando as mortes com saudações a Deus, e inclusive um deles telefonando para os pais para se vangloriar do atentado.
As atrocidades cometidas pelo Hamas, como o assassinato indiscriminado de famílias, com requintes de crueldade, foram amplamente relatadas pela imprensa, a partir do momento que jornalistas tiveram acesso aos locais principais dos crimes e puderam descrever os cenários e entrevistar sobreviventes. Imagens de vídeos com as vítimas que circularam nas redes também vêm recebendo ampla divulgação.
Desde o início do conflito, no dia 7, vem ocorrendo uma guerra de informações entre Israel e o Hamas, em que cada lado busca reforçar sua versão dos fatos. De um lado, Israel põe em dúvida os números de vítimas divulgados pelo Hamas, acusa o grupo de usar civis como escudos humanos e reforça que suas operações sempre visam a objetivos militares. Do outro, o Hamas acusa Israel de bombardear deliberadamente alvos civis, como escolas e hospitais, e de cometer genocídio em Gaza, e nega usar a população como escudo.
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O cônsul Rafael Erdreich e o porta-voz da StandWithUs Brasil, André Lajst, mostraram insatisfação com a cobertura do conflito pela imprensa e afirmaram que o Hamas “tem controle das versões disseminadas mundo afora”. O cônsul afirmou que os números de vítimas durante os bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, são distorcidos.
O cônsul citou como exemplo números divulgados sobre vítimas de uma explosão no Hospital al-Ahli, em Gaza— Israel e Estados Unidos acusam o grupo extremista Jihad Islâmica de ter sido autor do lançamento do foguete — ao criticar a publicação de dados sem checagem.
— O Hamas controla o Ministério da Saúde em Gaza. Dois minutos depois de um evento que teve (supostamente) 500 mortos, eles divulgaram informações. Nós estamos verificando os números antes de publicar — afirmou o cônsul.
O ataque ao hospital na Cidade de Gaza, no último dia 17, vem sendo alvo de disputa entre os dois lados, com o Hamas apontando cerca de 500 mortos, enquanto Israel negava a autoria do bombardeio, e os EUA apoiavam a posição israelense, além de ambos questionarem o número de vítimas fatais. A imprensa vem buscando verificar de forma independente o que de fato ocorreu no episódio, como também confirmar os dados recebidos de ambos os lados nos acontecimentos em Gaza com agências multilaterais e organismos humanitários e não governamentais presentes no território palestino.
Mesa de Shabat é posta para convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga de Roma
![Victor Fadlun, presidente da comunidade judaica de Roma, posa ao lado de uma mesa para 203 convidados colocada em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/DoQ-uI_Tkgne1m8GqvCKdg20SJM=/0x0:2064x1376/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/O/x/KZnBAySQA2yTKgaNvoSg/104740352-victor-fadlun-president-of-the-jewish-community-of-rome-walks-past-a-giant-table-for-203-g.jpg)
![Victor Fadlun, presidente da comunidade judaica de Roma, posa ao lado de uma mesa para 203 convidados colocada em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/L8NGN32wJ9AZoTRIljm_mUl4Ggc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/O/x/KZnBAySQA2yTKgaNvoSg/104740352-victor-fadlun-president-of-the-jewish-community-of-rome-walks-past-a-giant-table-for-203-g.jpg)
Victor Fadlun, presidente da comunidade judaica de Roma, posa ao lado de uma mesa para 203 convidados colocada em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
![Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/5OHtAxwsdjHtJwcOWcJSPzUM_zw=/0x0:2064x1376/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/1/8/JJbdzXRz6GwrAV4KeZcQ/104740294-members-of-the-jewish-community-set-a-giant-table-for-203-guests-in-support-of-the-isr.jpg)
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Victor Fadlun, presidente da comunidade judaica de Roma, posa ao lado de uma mesa para 203 convidados colocada em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Membros da comunidade judaica montam mesa para 203 convidados em apoio aos reféns israelenses em Gaza, em frente à Sinagoga do antigo bairro do gueto judeu de Roma — Foto: Andreas SOLARO / AFP
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Erdreich mostrou impaciência quando questionado sobre o posicionamento de alguns presidentes da América do Sul a respeito do conflito. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o conflito de "genocídio" ao criticar a morte de crianças em Gaza, Gustavo Petro (Colômbia) e Gabriel Boric (Chile) convocaram seus embaixadores em Tel Aviv para consultas, em protesto contra a ofensiva levada a cabo na região palestina. E a Bolívia rompeu relações com Israel.
— Quais são as fontes de informação dos presidentes da América Latina? Por que estão publicando 8 mil mortos de civis em Gaza? Israel está atacando o Hamas (...) Eu acho que os presidentes estão sendo mal informados do que está acontecendo.
Questionado pelo GLOBO sobre como o governo de Israel vê a atuação do Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU no mês de outubro, quando o país ocupou a presidência do órgão, e o posicionamento de Lula em relação ao conflito, o cônsul fez mais críticas:
— (O Brasil) apresentou várias ideias que não foram aceitas. Mas estamos vendo o que está dizendo o governo daqui. Acho que eles são mal informados. Tem que repensar e saber qual é a fonte de informação deles. (A atuação do Brasil no Conselho de Segurança) não foi construtiva o suficiente — declarou.