Um esforço liderado pelos republicanos para expulsar o deputado George Santos, de origem brasileira, fracassou na noite desta quarta-feira, depois que um grupo de congressistas de Nova York, o estado natal de Santos, não conseguiu persuadir um número suficiente de colegas de que ter admitido que mentiu para eleitores e ter sido processado no âmbito federal por lavagem de dinheiro eram motivos suficientes para expulsá-lo.
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Mesmo quando os membros da Câmara condenaram Santos por mentir para eleitores e doadores sobre sua biografia e currículo e, aparentemente, por falsificar vínculos com o Holocausto e o 11 de setembro, muitos disseram que expulsá-lo agora — quase um ano antes do início de seu julgamento — abriria um precedente perigoso.
Como os republicanos detêm uma maioria muito pequena que não querem colocar em risco, muitos deles, inclusive o novo presidente da Câmara, Mike Johnson, optaram por adiar o julgamento sobre o destino de Santos até a conclusão do processo criminal ou da investigação contínua da Ética da Câmara.
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A resolução foi apresentada pelo deputado Anthony D'Esposito, um republicano de primeiro mandato que representa um distrito vizinho em Long Island. Ele foi apoiado por outros quatro republicanos de Nova York e em grande parte pelos democratas, que promoveram um esforço semelhante em maio, depois que Santos foi processado pela primeira vez.
A iniciativa, no entanto, enfrentou um grande obstáculo. Como a resolução exigia a aprovação de dois terços, todos os democratas e 77 republicanos teriam que votar para expulsar Santos, supondo que todos os 433 membros votassem sobre o assunto.
Veja imagens de George Santos, brasileiro eleito para o Congresso americano
![George Santos durante campanha eleitoral em Nova York — Foto: Reprodução/Twitter](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/KGWVbEw8eIW-9ITUx58tkzWJobw=/0x0:2048x1536/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/9/C/5pWg1tQ8Cu5c1F0npQSQ/fga-tygwaai3ahn.jpg)
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George Santos durante campanha eleitoral em Nova York — Foto: Reprodução/Twitter
![George Santos discursa em evento da Coalizão Judaica Republicana em novembro — Foto: MIKAYLA WHITMORE/NYT](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/6_BQVnNKCx6n1Pt8dLaBlGQUbTg=/0x0:1250x833/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/s/H/y4ApRuRBCYkK9sAOHABA/101577546-embargo-no-electronic-distribution-web-posting-or-street-sales-before-monday-0301-am-e.jpg)
![George Santos discursa em evento da Coalizão Judaica Republicana em novembro — Foto: MIKAYLA WHITMORE/NYT](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/nM0Rkdh1yI7szfRYkUW8AA91v74=/1250x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/s/H/y4ApRuRBCYkK9sAOHABA/101577546-embargo-no-electronic-distribution-web-posting-or-street-sales-before-monday-0301-am-e.jpg)
George Santos discursa em evento da Coalizão Judaica Republicana em novembro — Foto: MIKAYLA WHITMORE/NYT
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![George Santos faz gesto associado à supremacistas brancos — Foto: WIN MCNAMEE / Getty Images via AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/k1F1pmXbIXwrZ-vI_iTYtPYDVuc=/0x0:750x964/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/n/N/cUO3CpRfOwjsC5Che37A/101674764-washington-dc-january-05-us-rep-elect-george-santos-r-ny-cast-his-vote-in-the-house.jpg)
![George Santos faz gesto associado à supremacistas brancos — Foto: WIN MCNAMEE / Getty Images via AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/4qFy9KeKyXn19c6eb_3lQK3IXY4=/750x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/n/N/cUO3CpRfOwjsC5Che37A/101674764-washington-dc-january-05-us-rep-elect-george-santos-r-ny-cast-his-vote-in-the-house.jpg)
George Santos faz gesto associado à supremacistas brancos — Foto: WIN MCNAMEE / Getty Images via AFP
![George Santos fala com jornalistas ao desembarcar de voo — Foto: Reprodução](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/YDWgnLcvf3-_iXHm2sfzShecJzE=/651x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/n/x/OQ8bUXRheR3BcoMEPRjQ/george-santos.jpg)
George Santos fala com jornalistas ao desembarcar de voo — Foto: Reprodução
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![Deputado George Santos, republicano de Nova York, no lado de fora do Capitólio americano — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/cUmbHeFtgUn0_l69T22EJh17geI=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/e/1/82Lbj7R4ul88yxUtAgKg/101734095-washington-dc-january-12-rep-george-santos-r-ny-leaves-the-us-capitol-on-january-12.jpg)
Deputado George Santos, republicano de Nova York, no lado de fora do Capitólio americano — Foto: Win McNamee/Getty Images/AFP
![The Guardian flagra momento em que republicano Mitt Romney conversa com George Santos — Foto: Reprodução](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/nzz2jOjE8U8OaHJPTUaI9tBcNm4=/1070x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/S/P/nkVkWkRfG39YScstZWGg/whatsapp-image-2023-02-08-at-16.41.09.jpeg)
The Guardian flagra momento em que republicano Mitt Romney conversa com George Santos — Foto: Reprodução
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![Deputado eleito George Santos, republicano de Nova York, no Capitólio — Foto: Mandel Ngan/AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/MaoF_FT9eGNjnvEUHAYCXUfovjw=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/8/9/LVnB2kTj2uq1AwWSigDQ/101674640-us-republican-representative-from-new-york-george-santos-looks-on-as-the-house-of-repr.jpg)
Deputado eleito George Santos, republicano de Nova York, no Capitólio — Foto: Mandel Ngan/AFP
![O republicano George Santos boceja durante a votação para presidente da Câmara dos EUA, no Capitólio, em Washington, DC — Foto: Mandel Ngan / AFP](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/vQZq1Wzra56N2MsnWQCeMIndk8U=/1280x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/m/d/deXpmpQA6xBGYd2CPjXA/101656008-us-republican-representative-from-new-york-george-santos-yawns-during-the-vote-for-the.jpg)
O republicano George Santos boceja durante a votação para presidente da Câmara dos EUA, no Capitólio, em Washington, DC — Foto: Mandel Ngan / AFP
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A votação é a segunda vez em quase seis meses que Santos, de 35 anos, evitou uma pressão para expulsá-lo. E isso abriu caminho para que ele permaneça no cargo enquanto luta contra processos federais que o acusam de envolvimento em uma série de esquemas fraudulentos.
Na semana passada, Santos se declarou inocente das acusações federais, que incluem roubo de identidade de doadores e de atribuir a eles gastos fraudulentos em seus cartões de crédito. Ele também é acusado de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e de receber benefícios de desemprego aos quais não tinha direito durante a pandemia de Covid-19, antes de sua eleição para o Congresso.
O deputado de origem brasileira, no entanto, não está fora de perigo. Seu julgamento criminal está programado para começar em setembro de 2004. A Comissão de Ética da Câmara, que iniciou uma investigação sobre Santos em fevereiro e ainda não divulgou qualquer determinação ou conclusão, também disse, na terça-feira que anunciará seu próximo passo em 17 de novembro.
Além disso, Santos, que está concorrendo à reeleição, enfrenta uma concorrida primária republicana no próximo ano, na qual líderes locais e nacionais disseram que não o apoiarão. (Com The New York Times e AFP)