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Por Janaína Figueiredo e Eliane Oliveira — Buenos Aires e Brasília

Os cinco países que integram atualmente os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) devem anunciar nesta quinta-feira, no encerramento da cúpula em Johannesburgo, uma ampliação inédita do grupo, provavelmente incorporando Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Irã.

Segundo informação de fontes do governo ao GLOBO, o consenso em relação aos nomes, alcançado durante uma reunião na manhã desta quarta-feira (tarde na África do Sul, que está cinco horas à frente do Brasil), só foi possível porque os países conseguiram elaborar critérios para o ingresso dos postulantes.

A entrada da Argentina no Brics, defendida pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, é dada como certa. Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes foram mencionados como prováveis, enquanto Indonésia e Irã foram citados separadamente, sendo possível a entrada dos dois ou de um deles. Mudanças de última hora não podiam ser descartadas, afirmou uma das fontes consultadas, mas, acrescentou, o entendimento sobre os novos membros foi alcançado depois de longos debates.

– Chegamos a um acordo quanto ao tema da expansão – disse Naledi Pandor, chanceler sul-africana, em uma entrevista à Ubuntu Radio, uma estação do Ministério das Relações Exteriores do país africano. – Nós temos um documento em que concordamos em estabelecer diretrizes e princípios, processos para considerar os países que desejam se unir ao Brics... Isso é muito positivo.

Segundo um interlocutor do governo brasileiro ouvido pelo GLOBO, um desses critérios, que atende aos interesses de Brasil, Índia e África do Sul, foi a concordância da China com a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Os três países são candidatos a uma vaga permanente no organismo, enquanto chineses e russos já têm esse status.

Categoria 'parceiros'

Além da adesão, nas últimas 48 horas, os negociadores de todos os países do bloco também decidiram criar a categoria de “parceiros" do Brics, a ser implementada em futuras incorporações. Atualmente, 23 países estão na lista dos que querem entrar para o grupo criado em 2009 por Brasil, China, Rússia e Índia. A África do Sul foi a última a tornar-se membro pleno, em 2011.

Os parceiros serão países que poderão participar de reuniões, mas não terão direito a voto. Depois de um período experimental, ainda a ser determinado, poderão se tornar membros plenos. O objetivo da nova categoria, explicou uma das fontes, é administrar o fluxo de entrada de novos países ao Brics. A ideia, frisou, não é ter um novo G-77.

Os cinco novos membros que devem ser anunciados nesta quinta contaram com o respaldo de todos os governos que integram atualmente o grupo. O Brasil apoiou especialmente Argentina e Emirados Árabes Unidos.

No caso da Argentina, que há bastante tempo expressou seu desejo de entrar para o Brics, as razões são evidentes: o presidente Lula tem uma forte vinculação com o governo do presidente Alberto Fernández e tem feito tudo o que está ao seu alcance para ajudar o país, que atravessa uma situação econômica e social delicada. A entrada da Argentina acontecerá em plena campanha eleitoral e com o candidato da extrema direita, Javier Milei, como favorito para as presidenciais de 22 de outubro.

No caso dos Emirados Árabes Unidos, altas autoridades do país se comunicaram com o presidente Lula para pedir o respaldo do Brasil, e o governo brasileiro decidiu apoiar o país. Os Emirados Árabes Unidos, juntamente com Egito e Bangladesh, integram o Banco dos Brics, mas não, ainda, o grupo.

— Já ultrapassamos o G7 [grupo das sete nações mais ricas do mundo: Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido], respondemos por 32% do PIB mundial em paridade de poder de compra [PPP, que leva em conta o poder de cada moeda localmente, não apenas a cotação financeira] — disse o presidente Lula, na última terça-feira.

Lula também defendeu publicamente a entrada da Argentina, mas não se referiu a outros países.

— Essa reunião deixa muito claro isso. Todo esse interesse que existe de expansão, de países que desejam ser parceiros ou membros plenos do Brics, demonstra que o grupo é uma nova força no mundo, que o mundo não pode mais ser visto como ditado pelo G7 — disse o assessor especial para a Presidência da República, embaixador Celso Amorim, também na terça.

A lista de países que querem pertencer ao grupo inclui, entre outros, a Venezuela de Nicolás Maduro. Mas, segundo uma das fontes consultadas, a possível entrada da Venezuela ao Brics, solicitada há pouco tempo pelo governo venezuelano, não esteve na pauta de conversas da cúpula. Ou seja, ainda não foi considerada.

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