Época
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Por AFP — Berlim

Sobreviventes do Holocausto fizeram um apelo aos jovens eleitores, nesta terça-feira, para interromperem a ascensão da extrema-direita nas eleições europeias, celebradas nesta semana. "Não pudemos impedir àquela altura. Mas vocês podem fazê-lo hoje", disseram em uma mensagem.

"Para milhões de vocês, as eleições europeias são as primeiras de suas vidas. Para muitos de nós, podem ser as últimas", escreveram os oito homens e mulheres, com idades entre os 81 e os 102 anos, em uma carta aberta apresentada durante uma coletiva de imprensa em Berlim.

Segundo as pesquisas, as eleições, que acontecem entre 6 e 9 de junho, poderão dar um impulso aos partidos da extrema direita em vários países da UE.

Na Alemanha, as pesquisas dão ao partido Alternativa para a Alemanha (AfD) cerca de 15% das intenções de voto, mais do que as obtidas em 2019 (11%), apesar de uma série de escândalos que mancharam a imagem da formação de extrema direita.

"Pontos em comum" com os nazistas

Ruth Winkelmann, de 95 anos, afirmou ter assinado a carta "porque a AfD está ficando forte demais". Esta formação tem "alguns pontos em comum" com os nazistas da década de 1930, que também eram "contra pessoas diferentes", disse ela à AFP.

Filha de pai judeu e mãe protestante, Winkelmann converteu-se ao judaísmo para se casar e se lembra de ter visto vitrines de lojas judaicas quebradas a caminho da escola quando era criança, em Berlim, na década de 1930. Depois que seu pai foi deportado para Auschwitz em 1943, ela se escondeu com a mãe e a irmã em um galpão.

"Quando a guerra finalmente terminou, caí nos braços da minha mãe e gritamos de alegria: 'Sobrevivemos, agora estamos livres!'", disse ela.

Walter Frankenstein, de 99 anos, também comparou o clima político atual ao da década de 1930, com "um governo democrático fraco e um partido que unificava os descontentes". Pedreiro de profissão, ele foi selecionado para trabalhos forçados. Ele e sua esposa, Leonie, esconderam-se com os dois filhos e sobreviveram durante os últimos dias da guerra, no final de abril de 1945, em um bunker público.

Defender a democracia

Segundo disse Frankenstein em uma mensagem de vídeo, os jovens de hoje não deveriam se contentar em dizer: "Não sei em quem votar, então não vou".

"Essa é a pior coisa que se pode fazer. Nossa democracia deve ser defendida continuamente", afirmou.

Segundo uma pesquisa publicada em abril, a AfD é a favorita entre os alemães com idades entre 14 e 29 anos, com 22% de intenções de voto, o dobro do que era há dois anos. Eva Umlauf, de 81, tinha dois anos quando foi libertada de Auschwitz com sua mãe. Elas haviam chegado ao campo de extermínio em novembro de 1944, vindas da Eslováquia, dias após os nazistas terem parado de matar prisioneiros com gás.

"Trago o número que estava gravado no meu antebraço em Auschwitz como lembrança, como memória de outra época. Um tempo que não deve se reproduzir", frisou.

Já Leon Weintraub, de 98 anos, que passou a maior parte da sua juventude em vários campos de concentração, explicou que "quatro dos [seus] parentes mais próximos foram assassinados". Eles foram mortos "como resultado [...] desses pensamentos radicais, de desprezo pelos outros, de xenofobia", insistiu.

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