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Confiante em possível vitória, Biden lança site para transição de governo

Página faz ressalva que apuração continua, mas já projeta como será seu governo; candidato democrata também promete que país voltará ao Acordo de Paris quando assumir a Casa Branca
Imagem do site oficial de transição para o governo de Joe Biden Foto: Reprodução
Imagem do site oficial de transição para o governo de Joe Biden Foto: Reprodução

WASHINGTON — Liderando a apuração das eleições presidenciais americanas, o candidato democrata Joe Biden lançou o site oficial de sua equipe de transição . A página, chamada “Build Back Better” (“Reconstruir melhor”, em tradução livre) tem o mesmo nome do plano de promessas que o ex-vice divulgou em sua campanha.

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O site entrou no ar na noite da última quarta-feira. Até o momento, tem apenas um parágrafo que ressalta que a apuração dos votos ainda acontece, mas já projeta como será o governo de Biden ao lado de sua companheira de chapa, a candidata a vice Kamala Harris.

"O povo americano vai determinar quem servirá como próximo presidente dos Estados Unidos. Os votos ainda estão sendo contados em diversos estados pelo país. A crise que o país enfrenta é severa — desde a pandemia até a recessão econômica, passando por mudanças climáticas e injustiça racial —, e a equipe de transição vai continuar se preparando a toda velocidade para que o governo Biden-Harris possa começar a trabalhar já no primeiro dia", diz a mensagem.

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Nesta quinta-feira, Biden e Harris se encontraram com outros democratas um teatro no centro de Wilmington, em Delaware, onde um estúdio foi improvisado. Os dois estão participando de briefings com especialistas sobre a pandemia do novo coronavírus e sobre a economia americana. É estipulado que essas reuniões já sejam para traçar planos para o possível governo democrata.

Biden está na frente de seu adversário, o presidente Donald Trump, no número de delegados do Colégio Eleitoral. No entanto, até o início da manhã, as projeções feitas pela imprensa americana apresentavam divergências: enquanto a agência AP e a Fox consideravam que o democrata venceu no Arizona, o que lhe daria 264 votos, contra 214 de Trump, a CNN e o New York Times consideravam que ainda é cedo para cravar sua vitória no estado. Nesse caso, ele teria 253 votos assegurados, e Trump 214. Para vencer, são necessários 270.

O GLOBO usa o mapa do Colégio Eleitoral da AFP, que se baseia em projeções da mídia americana, como a Fox News. Inicialmente, o mapa marcava o Arizona para Biden, mas diante do avanço da apuração, em que a vantagem para o democrata era muito estreita, a agência resolveu tirar o Arizona da lista dos estados com resultado projetado.

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Ainda assim, Biden está confiante de uma vitória. Também na noite de ontem, o democrata fez uma publicação no Twitter, afirmando que, sob sua gestão, os Estados Unidos voltarão ao Acordo de Paris sobre o clima. Horas antes, o governo Trump havia oficializado sua saída do pacto climático.

“Hoje, o governo Trump deixou oficialmente o Acordo de Paris. E, em exatos 77 dias, o governo Biden voltará para ele”, escreveu.

A decisão havia sido anunciada em 2017, mas só foi efetivada esse ano, já que, para abandonar o tratado, o país deveria esperar pelo menos três anos de sua entrada em vigor. O prazo mínimo para anunciar a saída era novembro do ano passado, e, ao chegar à data, o governo Trump notificou as Nações Unidas (ONU) e confirmou a saída do Acordo de Paris. Esse foi o primeiro passo formal para deixar o pacto.