Mundo Guerra na Ucrânia

Militares ucranianos feridos e amputados estão escondidos dentro siderúrgica em Mariupol; fotos

Combatentes em estado grave fazem parte do Batalhão Azov, milícia de extrema direita
Ucraniano ferido em bunker no complexo siderúrgico de Azovstal Foto: AZOV REGIMENT PRESS SERVICE / via REUTERS
Ucraniano ferido em bunker no complexo siderúrgico de Azovstal Foto: AZOV REGIMENT PRESS SERVICE / via REUTERS

MARIUPOL — Mais de mil soldados ucranianos do Batalhão Azov, uma milícia de extrema direita , estão cercados por tropas russas dentro da siderúrgica de Azovstal, em Mariupol. Parte deles feridos, com ossos quebrados e amputados. A informação é da vice-primeira-ministra da Ucrânia , Irina Vereshchuk.

Assista : Ucrânia divulga vídeo de tanque russo destruído com canhão sueco

'O que vimos lá foi simplesmente terrível' : ONU confirma retirada de civis da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol

— Há feridos em estado grave que precisam de uma operação de retirada urgente — afirmou Irina à agência AFP.

Os militares do Batalhão Azov —  grupo de origem paramilitar e ideologia neonazista incorporado à Guarda Nacional ucraniana — enfrentaram as forças russas em um ataque iniciado há uma semana, durante uma tensa operação de retirada de alguns dos muitos civis que estavam abrigados no local há semanas através de um corredor humanitário.

Nova estratégia : Rússia pretende conquistar todo o Sul da Ucrânia e bloquear acesso do país ao mar, diz inteligência dos EUA

Depois da retirada dos civis, com a ajuda da ONU, mais de mil pessoas continuam entrincheiradas nas galerias subterrâneas do complexo siderúrgico, último reduto de resistência de forças ucranianas em Mariupol. A captura ou eliminação completa do local seria uma vitória simbólica para o Kremlin em alardeada meta de “desnazificar” a Ucrânia.

Sitiada há várias semanas, com centenas de edifícios destruídos, todas as suas lojas saqueadas e a população sem água, luz e gás, Mariupol é uma das cidades mais devastadas pelo conflito na Ucrânia . Caso seja tomada por Moscou, um corredor de acesso terrestre poderá ser formado entre a região de Donbass, no Leste da Ucrânia, onde atuam separatistas pró-Moscou, e a Península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. A localidade fica entre a cidade portuária estratégica e a fronteira com a Rússia.

Kiev : Ucrânia aumenta ambições na guerra e busca retomar todos os territórios perdidos para a Rússia

De acordo com a AFP, as autoridades trabalham para encontrar a melhor maneira de retirar os feridos, os profissionais de saúde e os capelães militares.

— As equipes médicas querem sair junto com os feridos porque devem acompanhá-los, se algum corredor humanitário for aberto na siderúrgica — afirmou Irina.