Crítica
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Por Patrícia Kogut

Quem piscou perdeu. O capítulo de estreia de “Amor perfeito” se precipitou em ritmo vertiginoso. A novela das 18h de Duca Rachid e Júlio Fischer com direção artística de André Câmara chegou nesta segunda (20) à Globo. E mostrou o primeiro encontro do par central seguido de uma paixão fulminante; um noivado arranjado sendo desfeito; um moribundo revelando um segredo de família no leito de morte; uma traição descoberta; um tiro e um personagem central, alvejado, enchendo uma piscina de sangue (e talvez eu ainda esteja esquecendo alguma coisa).

Além disso tudo, vimos mais de um baile suntuoso, com cenários e figurinos farfalhantes e imagens de arquivo de São Paulo dos anos 1930/40. O público do horário, acostumado às tramas de época lentas que costumam ser exibidas na faixa, foi surpreendido. O fato é que, quando o capítulo terminou, o enredo estava estabelecido com clareza. E ganchos eficientes tinham fisgado o espectador.

A história empolgante ganhou um impulso extra com a química dos protagonistas. Camila Queiroz (Marê) e Diogo Almeida (Orlando) brilharam em todas as cenas juntos. A sequência no estádio, embalada por “Un vestido y un amor” na linda interpretação de Caetano Veloso, foi arrebatadora.

Mariana Ximenes (a vilã com carinha de anjo Gilda), Thiago Lacerda (Gaspar, o noivo preterido), Paulo Gorgulho (em participação especialíssima como Leonel), Paulo Betti (o prefeito Anselmo), Zezé Polessa (Cândida) e Analu Prestes (Olímpia) também fizeram bonito no capítulo inicial.

“Amor perfeito” fez pensar na série americana “Bridgerton” (da Netflix, leia a crítica), com sua diversidade no elenco e a abordagem color blind. Na novela, o casal de protagonistas é interracial. Mas, diferentemente de todas as histórias de época que vieram antes dela, esse foi um não-assunto. É uma escolha interessante e que merece ser acompanhada com atenção.

Foi uma ótima estreia.

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