Na praça em frente ao CCBB, um Menino Maluquinho inflável de 6 metros recebe os visitantes e entrega a mostra em cartaz a partir desta quarta-feira (6). O personagem mais conhecido do escritor, cartunista e multiartista Ziraldo é uma das estrelas da exposição interativa “Mundo Zira”, que também leva ao centro cultural “A turma do Pererê”, “Uma professora muito maluquinha”, “Planeta lilás” e “O bichinho da maçã”, entre outras obras icônicas.
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— Ziraldo sempre fala que “ler é mais importante do que estudar”. A literatura transforma a vida, faz a pessoa se colocar no lugar do outro. Queremos levar esse legado para a exposição, que é feita para toda família, e não só para crianças — reflete Daniela Thomas, filha de Ziraldo, que assina a curadoria da exposição, já vista por 65 mil pessoas em Brasília, junto com Adriana Lins, sobrinha do artista.
Confira um pouco do 'Mundo Zira', exposição em cartaz no CCBB
No foyer do centro cultural, enormes bolas infláveis recebem o público, que precisa subir até o quarto andar para visitar a mostra. Lá, oito instalações promovem uma imersão nas cores e histórias de Ziraldo.
A primeira delas remete à estreia do autor no universo infantojuvenil, “Flicts”. O visitante é convidado a ler o livro— sobre a história de uma cor que não se encontra em nenhum lugar — em um telão que vai do chão ao teto. Para “passar” as páginas, é preciso usar as mãos, com movimentos que lembram o de um maestro, tudo embalado por uma música composta especialmente para a obra por Sérgio Ricardo.
— Idealizamos uma interatividade analógica com atividades digitais. A pessoa tem que mexer o corpo para as coisas acontecerem— explica Adriana.
Em seguida, vem o espaço dedicado ao “Menino Quadradinho” — que recebeu este nome por ser apaixonado por gibis. Em páginas de HQs espalhadas pelas paredes, placas de ímãs em formato de balões de falas permitem que o visitante ajude a escrever a história do personagem.
Pá-pum! As onomatopeias usadas nos gibis para representar barulhos também têm vez — e voz. Com bolas marcadas no chão em frente a uma tela, a medida que a pessoa pisa em cada uma (nuvem com raio, estrelas), é reproduzido o som correspondente.
Uma das atrações que fez mais sucesso com as crianças pequenas em Brasília é a que reúne telas em que os personagens da turma do Maluquinho aparecem com o corpo dividido entre cabeça, tronco e pernas, que devem ser encaixadas, ou não.
—Eu esperava que as crianças fossem querer inventar os próprios bonecos, misturando pedaços de vários diferentes. Mas o que elas queriam era completar os personagens certinhos — conta Daniela.
Mais à frente, um sucesso entre adultos e crianças: mesas de colorir digitalmente as criações de Ziraldo.
A foto é garantida numa atração montada pela primeira vez no Rio: uma instalação em que o visitante é filmado e sua imagem aparece dentro de um quadrinho, como se fizesse parte da história.
Para fechar a visita com gostinho de infância, é hora de brincar de pique-esconde. Em uma sala coberta de projeções de uma floresta, personagens brincam de se esconder e incitam as pessoas a pegá-los.
Com a saúde debilitada após dois AVCs, Ziraldo, de 91 anos, não pode visitar a mostra. Mas Daniela já sabe o que o pai diria:
— Faria mil críticas! Mas, para terceiros, elogiaria, falaria “está maravilhoso”. Sempre foi assim.
Serviço:
CCBB. Rua Primeiro de Março 66, Centro. Qua a seg, das 9h às 20h. Abertura nesta quarta-feira (6). Até 13 de maio. Grátis. Ingresso pelo site do CCBB Rio.