'Ela está perguntando pela mãe', diz tia sobre filha de gari morta a facadas pelo ex-marido em Belford Roxo

Enterro de Luciene da Silva Queiroz Barreto, de 39 anos, aconteceu nesta manhã, no Cemitério de Belford Roxo

Por — Rio de Janeiro


Luciene Barreto, de 39 anos, foi morta a facadas em Belford Roxo pelo ex-companheiro Reprodução

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GERADO EM: 28/06/2024 - 12:10

Feminicídio em Belford Roxo: Mulher de 39 anos é assassinada

Mulher de 39 anos é assassinada a facadas em Belford Roxo pelo ex-marido, principal suspeito do feminicídio. Vítima trabalhava como gari e tinha medidas protetivas contra o agressor. Prefeitura lamenta o ocorrido e espera por justiça rápida.

A filha de 9 anos de Luciene da Silva Queiroz Barreto, de 39, morta a facadas nesta sexta-feira em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, não para de perguntar pela mãe. O ex-marido da vítima e pai da menina, Eduardo Lima Barreto foi preso em flagrante por policiais militares da 39º BPM (Belford Roxo). Ele foi autuado pelo feminicídio na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Com o homem, foram apreendidas duas facas. O enterro de Luciene aconteceu na manhã deste sábado, no Cemitério de Belford Roxo.

A filha soube do assassinato pela avó, e mesmo assim, continua questionando a família onde está a mãe. Segundo a irmã da vítima, Patricia Silva, todos estão devastados com o que aconteceu. Luciene estava planejando a festa de aniversário da menina, que completa10 anos em setembro.

— Ela era uma pessoa muito boa. Estava sempre alegre. Só queria o bem de todos. Nós eramo próximas. Ela já estava planejando a festa da filha. Ela sabe o que houve, mas fica perguntando pela mãe — disse Patricia.

O assassinato aconteceu por volta das 6h30, no bairro São Francisco de Assis, quando Luciene havia chegado ao trabalho, de acordo com o G1. Ela trabalhava há seis meses como gari na Secretaria Municipal de Conservação. A vítima chegou a ser levada para o Hospital municipal Jorge Júlio Costa dos Santos, onde morreu em decorrência dos ferimentos — Eduardo a teria golpeado uma vez na barriga e duas no tórax.

A Polícia Militar prendeu o suspeito no bairro São Francisco. Ao chegar no local do fato, pessoas avisaram aos agentes que o autor do crime estava próximo. Em imagens de câmeras de segurança que circulam nas redes, Eduardo é visto tentando golpear outras pessoas que tentaram o conter. Ele foi preso com duas facas.

Gari é morta a facadas pelo ex-marido em Belford Roxo

Os colegas dela também afirmam que Luciene estava separada do homem há bastante tempo e tinha duas medidas protetivas contra ele.

Segundo o RJTV, a primeira denúncia contra Eduardo foi em 2016, um caso de ameaças e agressão. Na época ela conseguiu a primeira medida protetiva contra o ex-marido.

No mês passado ele voltou a fazer ameaças, ela conseguiu a segunda medida protetiva. Pelo Tribunal de Justiça, devido a violência doméstica e ameaças, Eduardo estava proibido de se aproximar de Luciene e de seus familiares a um limite de 300 metros de distância. Ele também não podia entrar em contato com ela em nenhum meio de comunicação, nem mesmo pelo celular. Ele poderia se aproximar do filho do casal apenas através do intermédio de um familiar do menor.

O descumprimento das medidas protetivas, a última delas definida em maio deste ano, com prazo de 90 dias, levaria à prisão preventiva.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, o número de medidas protetivas concedidas pelo Tribunal de Justiça do Rio vem crescendo a cada ano. Passou de 25.421, em 2020, para 41.766 em 2023. Um aumento de 64,3% em quatro anos.

Sandra Barreto, mãe do suspeito do assassinato, disse ao RJTV que "eles não ficaram nem três meses casados".

— Eles viveram, separaram, depois de alguns anos voltaram. Acho que não ficaram nem três meses casados, mas aconteceu o que acontece — afirmou Sandra.

No depoimento prestado na DHBF, Eduardo declarou que "vai ficar muito tempo preso, mas que agora ficará em paz".

Em nota, a Prefeitura Municipal de Belford Roxo lamentou a morte de Luciene. A gestão municipal disse ainda que se solidariza com a família e "espera que a justiça seja feita o mais rápido possível".

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