Primeiro serviço de telemedicina do SUS em hospital do Rio atendeu mais de 10 mil pacientes em um ano; saiba como funciona

Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Uerj, oferece consultas virtuais em 24 especialidades, como psicologia, pediatria e nutrição

Por — Rio de Janeiro


O Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj: primeiro no Rio a oferecer telemedicina pelo SUS Divulgação/Hospital Pedro Ernesto

Em um ano, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, primeiro no Rio a oferecer serviço de telemedicina vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), registrou 10.115 atendimentos on-line, beneficiando mais de sete mil pacientes, com uma média de 28 consultas por dia. O hospital, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), oferece atendimento virtual em 24 especialidades.

Para usufruir do serviço, o primeiro passo é baixar o aplicativo de atendimento médico virtual do hospital, o Hupe Digital, disponível gratuitamente nas lojas Google Play e Apple Store desde a promulgação da lei federal 14.510/22, que autorizou e disciplinou a prática da telessaúde em todo o território nacional.

No ambulatório do Hupe Digital, uma equipe multidisciplinar ocupa diariamente 23 baias onde conversam com os pacientes — Foto: Divulgação Hupe/UERJ

No ambulatório do Hupe Digital, uma equipe multidisciplinar ocupa diariamente 23 baias, a partir das quais os profissionais de saúde realizam as consultas e orientações virtuais. Entre as especialidades mais procuradas estão clínica médica, pediatria, cirurgia vascular, urologia, fisioterapia, nutrição e psicologia. Os pacientes podem, também, solicitar encaminhamentos como a emissão de risco cirúrgico pré-operatório.

A equipe do Pedro Ernesto salienta que a modalidade proporciona otimização do tempo, redução de custos, segurança dos dados e laudos médicos mais rápidos.

— A implementação do programa de teleconsultas da Uerj reduz as filas e a falta de pontualidade e assiduidade nas consultas pré-agendadas. O sistema também contribui para a redução de custos e o deslocamento dos pacientes, ampliando o acesso aos serviços clínicos e hospitalares. Este modelo virou referência nas redes municipais, estaduais e federal — diz Alexandra Monteiro, professora e coordenadora do Hupe Digital, destacando que a instituição investe há mais de 20 anos em transformação digital e modernização dos procedimentos.

Somente pacientes atendidos no Hupe podem se consultar virtualmente. A recomendação é que o agendamento da teleconsulta seja presencial sempre que possível. O objetivo é manter a relação interpessoal e o engajamento do paciente e, da mesma forma, explicar o processo de cadastro e acesso no dia da teleconsulta. A unidade reforça que essa ação tem sido estratégica para praticamente eliminar que o paciente não esteja on-line no dia da teleconsulta.

Uma das usuárias do serviço é a paciente Daniele Vieira de Moraes, de 37 anos, portadora de fibromialgia, doença crônica que causa dores em diferentes pontos do corpo. Ela participa de sessões virtuais no Hupe Digital desde novembro do ano passado.

— Eu melhorei muito desde a primeira consulta. A desconfiança inicial sobre o atendimento à distância não existe mais. O teleatendimento democratiza e agiliza o acesso aos profissionais de saúde — afirma Danielle.

A psicóloga Quelen Guilhermino Ferreira, que atende pelo programa, celebra a melhora da paciente.

— Ela começou com dois atendimentos virtuais por semana e agora passou para apenas um a cada sete dias, com uma clara melhora na qualidade de vida. É fundamental democratizar o atendimento de saúde mental — declarou Quelen.

A costureira Shalina Rodrigues Andrade Catolim, de 34 anos, também é adepta dos atendimentos virtuais. Ela relata que uma vez aproveitou uma longa viagem de volta para casa, em Queimados, na Região Metropolitana do Rio, para acessar consultas de pediatria e assistência social para o filho de 2 anos, que precisava de acompanhamento pós-internação, pelo Hupe Digital, de dentro do ônibus.

— Esse sistema agiliza nossa vida, economiza dinheiro e evita que tenhamos que fazer grandes deslocamentos. Sem contar com a atenção das atendentes, que são maravilhosas. Quando tenho que ir presencialmente ao Hospital Pedro Ernesto, são 12 horas do meu dia entre deslocamento, espera e consulta — conta Shalina.

Veja as áreas de atendimento:

  • Teleconsulta Multprofissional em Pediatria pós alta CTI
  • Teleconsulta com a Enfermagem pré-clínica
  • Teleconsulta no Risco Cirúrgico
  • Teleconsulta na Saúde Mental
  • Teleorientação do paciente por Assistente Social
  • Teleorientação do paciente pré Cirurgia Vascular
  • Telemonitoramento em Cuidados Paliativos
  • Telemonitoramento das Doenças Infecciosas não Covid
  • Telemonitoramento Oncológico na Cabeça e Pescoço
  • Telemonitoramento na Síndrome Pós-Covid
  • Telemonitoramento em Urologia
  • Teletriagem no Câncer de Pulmão

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) informa que atualmente o teleatendimento só está disponível no Hospital Pedro Ernesto, mas a ideia é expandi-lo e, no momento, o serviço está em fase de implementação no Hemorio.

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