A Prefeitura do Rio determinou a desapropriação total de quatro terrenos vizinhos ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio, para a implantação de uma Coordenação de Emergência Regional (CER), unidade de apoio às emergências. A medida foi publicada no Diário Oficial do município desta quarta-feira (13).
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Os quatro imóveis da Rua Arquias Cordeiro, números 358, 360, 364 e 368, funcionavam como estacionamentos. O pedido de desapropriação foi realizado pela Subprefeitura da Zona Norte em outubro do ano passado.
Na ocasião, o subprefeito Diego Vaz afirmou que "tal solicitação se justifica pela utilidade pública, bem como interesse social, assim, encontrando respaldo no art. 5º da Constituição Federal, posto que, tal desapropriação, se acatada, condicionaria o uso da propriedade em questão ao bem-estar social".
As Coordenações de Emergência Regional funcionam 24 horas por dia e são instaladas ao lado de grandes hospitais de emergência com o objetivo de absorver o atendimento dos casos de menor complexidade, liberando a unidade principal para se dedicar aos casos de traumas e cirúrgicos. Vaz comemorou a liberação do espaço para construção da unidade.
— Com o CER, a gente aumenta a capacidade dos atendimentos de casos clínicos nos hospitais de emergência. O Salgado Filho é um hospital que recebe muitos casos de trauma, acidentes, (feridos por) projéteis de arma de fogo. E também é o único na cidade do Rio que não possui esse dispositivo de classificação de risco separando os casos de clínica médica dos casos de emergência e trauma. Com o CER, aumentamos o número de consultórios, de salas amarelas e de salas vermelhas, podendo assim ter um atendimento mais digno para a população da Zona Norte — afirmou.
A prefeitura não informou a previsão para inauguração do CER do Hospital Salgado Filho.
Caso raro
Em janeiro, a unidade virou assunto após identificar um raro caso de divertículo gigante do cólon, doença registrada menos de 200 vezes no mundo desde que foi descoberta, em 1946, há 78 anos. O paciente era um homem de 62 anos que foi operado na unidade e está bem.
O relato do achado foi apresentado no 17° Congresso Europeu Colorretal, realizado em dezembro, na Suíça, e publicado na revista científica European Surgery — Acta Chirurgica Austriaca.
— O fato de o estudo ter sido publicado nesse congresso, muito restrito e respeitado, é o maior sinal da importância que ele tem — celebra o cirurgião do HMSF Alexandre Fiuza, que cuidou do caso e é um dos autores do trabalho.
O paciente buscou a emergência do hospital há pelo menos dois meses com um histórico de dores no abdômen e de perda de peso, sintomas comuns de divertículo. Os médicos identificaram a presença de uma massa flácida e dolorosa no lado esquerdo do abdômen, e a tomografia computadorizada confirmou o quadro.
No entanto, os profissionais ficaram surpresos ao descobrirem o tamanho do divertículo, conta Fiuza, integrante da equipe do Programa de Residência Médica da Secretaria municipal de Saúde do Rio:
— Nunca tínhamos ouvido falar em divertículo gigante. Pesquisamos e vimos que os casos eram raríssimos. Foi uma surpresa muito grande.