Ex-nora de fundador do Hamas, brasileira que vive em Gaza não dá notícias há mais de 2 semanas

Familiares buscam contato com Umm Abdo, de 40 anos, e seus sete filhos em meio à guerra

Por O Globo — Faixa de Gaza


Mulher palestina pega roupas em meio a destroços de construção em Gaza MOHAMMED ABED / AFP

Parentes buscam informações sobre o paradeiro de uma brasileira moradora de Gaza e de seus sete filhos, com quem perderam contato em meio à guerra entre Israel e Hamas no território. Os familiares, que moram no estado de Goiás, não têm notícias do grupo há mais de duas semanas.

As informações são da "Folha de S. Paulo". Segundo o jornal, as autoridades brasileiras também não sabem onde e como estão a brasileira e os filhos. Para preservar a identidade da mulher, por questões de segurança, ela foi identificada na reportagem como Umm Abdo (em árabe, "mãe do Abdo").

A brasileira é ex-nora de um dos fundadores do Hamas. Ela se separou recentemente após acusar o marido, Said Dukhan, de violência doméstica. Acabou perdendo a guarda dos filhos e, por isso, decidiu ficar em Gaza, perto deles, em vez de se unir ao grupo de 32 pessoas repatriadas pelo governo federal este mês.

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Ainda de acordo com o jornal, o ex-sogro da brasileira Abd al-Fattah morreu, aos 87 anos, logo no início da guerra entre Israel e Hamas, deflagrada a partir de um ataque-surpresa dos terroristas em 7 de outubro. Ele teria falecido de causas naturais.

Os parentes mantinham contato com Umm Abdo em Gaza pelas redes sociais e por um número de telefone palestino. Desde o último dia 7 de novembro, porém, ela não enviou mais mensagens nem respondeu aos familiares, segundo a "Folha". A postagem mais recente de uma de suas filhas data do dia 5. Moradores de Gaza têm relatado constantes bombardeios, mas também dificuldades de comunicação com o exterior em meio ao cerco ao enclave palestino.

Nascida em Santa Catarina, Umm Abdo cresceu no Rio Grande do Sul numa família católica. Segundo a "Folha", ela começou a ler sobre o islã ainda criança, aos 18 converteu-se muçulmana e conheceu Said Dukhan pela internet, sem saber que se tratava do filho de um dos fundadores do grupo terrorista.

Ela se mudou para Gaza em 2005 e teve sete filhos — hoje, eles têm entre 4 e 17 anos. Não há quaisquer indícios de que ela tenha tido contato com extremistas e suas atividades.

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