Entenda como o Ministério da Saúde do Hamas calcula o número de mortos em Gaza
Número de vítimas fatais na região teria ultrapassado os 10 mil
Por AFP — Rio de Janeiro
1 de 1
Pessoas carregam corpos de palestinos mortos em ataques aéreos israelenses no hospital Ahli Arab, no centro de Gaza
Pessoas carregam corpos de palestinos mortos em ataques aéreos israelenses no hospital Ahli Arab, no centro de GazaDawood Nemer / AFP
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, território governado pelo grupo terrorista palestino Hamas, anunciou, nesta segunda-feira, que os bombardeios sem trégua de Israel contra o território teriam deixado mais de 10 mil mortos. Mas, como a pasta faz essa contagem? Israel bombardeia a Faixa de Gaza sem trégua desde o ataque executado pelo Hamas no sul do território israelense, em 7 de outubro. O Exército de Israel assegurou que a incursão deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis.
Israel também lançou uma ofensiva terrestre para "aniquilar" o grupo islâmico, no poder em Gaza desde 2007. O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Qudra, anunciou, nesta segunda, que os bombardeios tinham deixado 10.022 mortos no território. Também informou que pelo menos 292 palestinos morreram na madrugada nos bombardeios do Exército israelense, que acusa de ter "executado 19 massacres nas últimas horas".
Imagens mostram grupo de estrangeiros deixando Gaza pela 1ª vez
1 de 12
Uma mulher ajuda uma criança a beber água de uma garrafa enquanto espera ao lado das ambulâncias do Ministério da Saúde palestino — Foto: Mohammed ABED/AFP 2 de 12
Um jornalista filma com uma câmera de vídeo enquanto um homem conduz uma carroça puxada por um burro carregando bagagens fora da passagem de fronteira de Rafah com o Egito, no sul da Faixa de Gaza — Foto: MOHAMMED ABED / AFP
12 fotos
3 de 12
Pessoas atravessam um portão para entrar na passagem de fronteira de Rafah para o Egito, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Mohammed ABED/AFP 4 de 12
Um homem ferido está dentro de uma ambulância esperando a passagem de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de receber cuidados médicos no Egito — Foto: Mohammed ABED/AFP 5 de 12
Pessoas entram na passagem de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de cruzarem para o Egito — Foto: Mohammed ABED/AFP 6 de 12
Pessoas atravessam um portão para entrar na passagem de fronteira de Rafah para o Egito, no sul da Faixa de Gaza — Foto: Mohammed ABED/AFP 7 de 12
Dezenas de portadores de passaportes estrangeiros presos em Gaza começaram a deixar o território palestino devastado pela guerra — Foto: Mohammed ABED/AFP 8 de 12
Um homem empurra uma criança numa cadeira de rodas enquanto as pessoas entram na passagem da fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de cruzarem para o Egito — Foto: Mohammed ABED/AFP 9 de 12
Pessoas atravessam um portão para entrar na passagem de fronteira de Rafah para o Egito, no sul da Faixa de Gaz — Foto: Mohammed ABED/AFP 10 de 12
Um homem ferido está dentro de uma ambulância esperando na passagem de fronteira de Rafah — Foto: Mohammed ABED/AFP 11 de 12
Uma jovem deita-se com papéis e um telefone dentro de uma ambulância esperando na passagem de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de receber cuidados médicos no Egito — Foto: Mohammed ABED/AFP 12 de 12
Jornalistas filmam enquanto uma ambulância do Ministério da Saúde palestino atravessa o portão para entrar na passagem de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, antes de cruzar para o Egito — Foto: Mohammed ABED/AFP
Catar mediou um acordo entre autoridades egípcias, israelenses e extremistas do Hamas, em coordenação com os EUA
Segundo o ministro, a maioria dos mortos é de civis. Entre eles, há 4.000 crianças e 2.600 mulheres. Os bombardeios também deixaram mais de 25 mil feridos, segundo a mesma fonte.
Lista de nomes
Em 26 de outubro, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, publicou uma lista com os nomes dos 7 mil palestinos assassinados na guerra. O objetivo era demonstrar a confiabilidade desta cifra, depois que o presidente americano, Joe Biden, a questionou. Segundo o Hamas, a lista, que além do nome inclui o sexo, o nome e o número de identidade dos mortos, visa a "revelar ao mundo inteiro os detalhes e os nomes para que conheçam a verdade".
"Sabemos que as vítimas civis em Gaza (...) são contadas aos milhares", admitiu, nesta segunda, o porta-voz do Pentágono, Pet Ryder.
Um porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou, por sua vez, que os números publicados pelo Hamas são usados internamente porque não há outras organizações que façam esta contagem. O funcionário insistiu, no entanto, que estas cifras continuam sendo questionadas.
Em um documento adicionado à lista, o ministério explicou que nos hospitais do governo, o pessoal inclui as informações de cada morto em uma base de dados digitalizada. Estes dados são transmitidos depois ao "registro central dos mártires" do Ministério da Saúde diariamente. Se os mortos estiverem em hospitais particulares, suas informações pessoais são registradas em um formulário especial, enviado "em um prazo de 24 horas" ao ministério.
A pasta acrescenta, então, os detalhes à sua base de dados e "o centro de informação" se encarrega de verificar as informações transmitidas pelos hospitais para "garantir que não contenham informações duplicadas ou erros".
Dados retomados pela ONU
No fim de outubro, a AFP pôde acompanhar o procedimento adotado para fazer a contagem dos mortos no necrotério do hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul de Gaza. Um médico legista examinava cada corpo, tirava fotos e anotava o nome e o local onde a pessoa havia morrido.
A partir desta informação fornecida pelos legistas, o escritório de gestão de pacientes preenchia, depois, um formulário com os dados de cada "mártir" antes de introduzi-los em uma base de dados digital. O diretor do hospital, Nahed Abu Taaema, mostrou duas abas de um programa em seu computador. A primeira tinha a lista dos "mártires", os mortos no conflito com Israel. A segunda, a de outros falecidos.
Faixa de Gaza é atingida por Israel; fotos mostram a destruição
1 de 27
Fumaça de bombardeio israelense sobe no céu de Gaza — Foto: Mahmud Hams/AFP 2 de 27
Explosão de um míssel na Faixa de Gaza em conflito entre Israel e Hamas — Foto: MAHMUD HAMS / AFP
27 fotos
3 de 27
Vista do cenário de guerra entre Israel e Hamas a partir de um prédio atacado — Foto: Mohammed Abed/AFP 4 de 27
Mulher palestina carrega criança na Faixa de Gaza após represálias de Israel aos ataques surpresa de Hamas — Foto: Mahmud Hams/AFP 5 de 27
Campo de refugiados Jabalia, na Faixa de Gaza, foi atacado por Israel em resposta aos ataques surpresa do Hamas — Foto: Mohammed Abed/AFP 6 de 27
Bombeiros apagam chamas enquanto palestinos buscam por sobreviventes na Faixa de Gaza — Foto: Mohammed Abed/AFP 7 de 27
Bombeiro palestino apaga fogo causado por ataque de Israel a centro de refugiados na Faixa de Gaza — Foto: Mahmud Hams / AFP 8 de 27
Palestino corre entre os escombros após ataque de Israel a centro de refugiados na Faixa de Gaza — Foto: Mohammed Abed / AFP 9 de 27
Criança palestina é carregada por socorrista após represália de Israel — Foto: Eyad Al-Baba/AFP 10 de 27
Após resposta de Israel aos ataques de Hamas, palestinos buscam por sobreviventes na Faixa de Gaza — Foto: Mohammed Abed / AFP 11 de 27
Família palestina foge nos escombros durante represália de Israel — Foto: Eyad Al-Baba/AFP 12 de 27
Palestina chora a morte de um parente após resposta de Israel à Faixa de Gaza — Foto: Mahmud Hams/AFP 13 de 27
Palestinos buscam por sobreviventes após resposta de Israel, que atingiu centro de refugiados na Faixa de Gaza — Foto: Mahmud Hams/AFP 14 de 27
Palestino segura uma criança nos braços após ataques aéreos de Israel à Faixa de Gaza — Foto: Mahmud Hams/AFP 15 de 27
Faixa de Gaza: palestinos buscam por sobreviventes em 7º dia de guerra entre Israel e Hamas — Foto: Madmud Hams/AFP 16 de 27
Explosão em Gaza durante ataque de Israel — Foto: Aris Messinis/AFP 17 de 27
Mulher inspeciona danos em sua casa causados por bombardeios israelenses, em Gaza — Foto: MOHAMMED ABED / AFP 18 de 27
Homem anda pelos escombros de um prédio em Rafah, após ataques aéreos de Israel à Faixa de Gaza — Foto: Mohammed Abed/AFP 19 de 27
Criança anda pelo interior de um prédio destruído na Faixa de Gaza, após um ataque aéreo feito por Israel — Foto: Said Khatib/AFP 20 de 27
Ataques aéreos de Israel formaram uma cratera na Faixa de Gaza — Foto: Mahmud Hams/AFP 21 de 27
No nono dia de guerra entre Israel e Hamas, a Faixa de Gaza está cheia de crateras formadas pelos ataques aéreos — Foto: Said Khatib/AFP 22 de 27
Equipe de resgate atua entre os escombros de região atingida por míssil na Faixa de Gaza — Foto: Said Khatib/AFP 23 de 27
Fumaça toma conta dos céus da Faixa de Gaza após explosão nesta sexta-feira (27) — Foto: Menahem Kahana/AFP 24 de 27
Parte superior de um prédio destruído na Faixa de Gaza — Foto: Jack Guez/AFP 25 de 27
Drone israelense sobrevoa a Faixa de Gaza — Foto: Said Khatib/AFP 26 de 27
Fumaça na Faixa de Gaza após mais um ataque de Israel nesta sexta-feira (27) — Foto: Said Khatib/AFP 27 de 27
Soldado israelense anda em prédio atingido na Faixa de Gaza — Foto: Fadel Senna/AFP
Conflito entre Israel e o grupo Hamas acontece desde o último sábado (7)
Em 27 de outubro, o diretor da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, afirmou que os números de mortos divulgados pelo Ministério da Saúde nunca foram questionados em conflitos anteriores.
As informações publicadas pelo Ministério também são usadas pela Organização Mundial da Saúde em seus relatórios sobre os Territórios Palestinos.