ONU: Afeganistão é o país 'mais repressivo' para as mulheres

Mulheres foram proibidas pelo Talibã de estudar e de viajar sem a companhia de um parente homem e ainda são obrigadas a cobrir o corpo para sair de casa

Por AFP — Cabul


Afegãs protestam por seus direitos no Dia Internacional da Mulher, em 2023, em Cabul AFP

A ONU pediu nesta quarta-feira ao regime Talibã o fim imediato das "restrições draconianas" impostas às mulheres no Afeganistão, que a organização considera o "país mais repressivo" do mundo, em uma mensagem divulgada no Dia Internacional da Mulher.

"O Afeganistão sob o governo Talibã continua sendo o país mais repressivo do mundo no que diz respeito aos direitos das mulheres", denunciou em um comunicado Roza Otunbayeva, diretora da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama, na sigla em inglês).

Manifestantes se reúnem em Cabul pelo Dia Internacional da Mulher

"Tem sido angustiante testemunhar seus esforços metódicos, deliberados e sistemáticos para afastar as mulheres e meninas afegãs da esfera pública", acrescentou.

Marchas pelo Dia Internacional da Mulher ao redor do mundo em 2023

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Milhares de mulheres vão às ruas para denunciar uma ofensiva global contra seus direitos e exigir o fim da discriminação e dos feminicídios

Desde que retornou ao poder em agosto de 2021, o Talibã aumentou as restrições contra as mulheres. Elas foram banidas das universidades e não podem frequentar o ensino médio. Também estão proibidas de viajar sem a companhia de um parente homem e devem cobrir o corpo para sair de casa.

Em novembro, o regime Talibã proibiu a presença das mulheres em parques, jardins, academias e banheiros públicos. Em Cabul, 20 mulheres protestaram nesta quarta-feira, segundo correspondentes da AFP.

— Chegou o momento de a ONU tomar ações decisivas e sérias sobre o destino do povo (afegão) — disse uma das manifestantes.

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