Na última segunda-feira (11), o Google divulgou a retrospectiva de 2023 e tacacá foi a comida mais pesquisada em território nacional. A iguaria, de origem indígena, é muito consumida no Acre, Amazonas, Amapá e Rondônia. Mas, graças as tacacazeiras, o alimento se tornou um patrimônio cultural imaterial do Pará.
O trecho 'Vou tomar um tacacá', da música ‘Voando pro Pará’, foi um sucesso em 2023, sendo usada como trilha sonora para diversos conteúdos nas redes sociais. Mas, foi o tacacá que roubou a cena e se tornou um verdadeiro hit. Aperta o play e confira todos os detalhes dessa história.
A faixa , interpretada por Joelma e composta por Chrystian Ima, Isac Maraial e Valter Serraria, foi lançada em 2016. A letra destaca as belezas do estado pelos olhos de uma paraense de volta a Belém. ‘Voando pro Pará’ chegou a ser apresentado por Joelma no Prêmio Multishow e até o RBD cantou o refrão durante a turnê Soy Rebelde, em um show Rio de Janeiro.
O tacacá é feito de tucupi, jambu, goma de tapioca e camarão seco. O tucupi é um líquido extraído da mandioca de cor amarela. Assim que extraído é considerado venenoso, mas ele passa por processos de separação, cozimento e fermentação que o tornam apto para o consumo. Já o jambu é uma planta que dá um efeito de dormência na boca.
O prato não é considerado uma refeição, mas uma espécie de bebida ou sopa. A tradição é tomar a iguaria bem quente em cuias naturais com pimenta. E nada de colher, hein! Direto da cumbuca e com um palito de madeira para ajudar a comer o camarão. O primeiro registro escrito do alimento foi feito no século XVI. Indícios mostram que ele é uma variação do mani poi, uma sopa consumida pelos povos originários do Brasil muito antes da chegada dos europeus. Tacacá é uma palavra que deriva do tupi ‘Mbae Tykycú’, que, segundo o escritor José Veríssimo significa ‘cousa para beber aos tragos’.