Ex-estrela do UFC, Ronda Rousey revela que sofria de concussão quando foi nocauteada e perdeu cinturão: 'Cérebro não estava funcionando'

Lutadora diz ser difícil assistir a imagens da luta de 2015 com Holly Holm e detalha histórico de lesões neurológicas durante a carreira

Por O Globo — Londres


Ronda Rousey foi nocauteada por Holly Holm em 2015 Paul Crock / AFP

Ronda Rousey defendeu o cinturão do UFC seis vezes até que, em 2015, foi nocauteada por Holly Holm. A luta marcou o que a imprensa especializada, à época, chamou de "início do fim" da trajetória da lutadora, campeã pioneira da categoria peso-galo (até 61,2kg). Em entrevista à BBC, a ex-atleta afirma que o episódio foi mais um dos tantos em que ela escondeu, por anos, ter sofrido "concussões e lesões neurológicas".

Rousey foi a primeira mulher a ingressar no UFC, em 2012. A lutadora disse à rede britânica que reavaliou a carreira depois de perder para Holm e decidiu priorizar a própria saúde.

— É difícil ver as imagens dessa partida — disse Rousey à BBC Sport. — Porque posso literalmente ver em meus olhos que estou sofrendo de uma lesão neurológica que está se formando há décadas. Fico irritada quando as pessoas veem isso e dizem: 'Esta é Ronda sendo superada'. Essa sou eu com meu cérebro não funcionando corretamente.

A lutadora detalhou o histórico de lesões neurológicas em sua biografia "Our Fight" (Nossa luta, em tradução livre). Ronda afirmou que os impactos no cérebro afetaram seu desempenho, inclusive no embate contra Holly Holm.

— Tive uma concussão antes daquela luta. Caí da escada e desmaiei duas semanas antes — recorda ela. — Mas eu estava escondendo concussões e lesões neurológicas por tanto tempo que isso simplesmente se tornou uma parte disso [do trabalho]. E foi nesse ponto que fui forçada a realmente me autoavaliar e dizer: 'Seu cérebro sofreu muitos danos por muitos anos'.

Depois de perder para Holm, Ronda Rousey também foi nocauteada pela brasileira Amanda Nunes. Só então se aposentou do UFC e ingressou na WWE, de lutas coreografadas. A lutadora disse que os problemas neurológicos começaram quando ela ainda atuava como judoca e a fizeram desenvolver um estilo de luta com o menor impacto possível.

— Quando entrei no MMA, não aguentava nenhum golpe, então tive que desenvolver um estilo de luta que acredito ser o mais eficiente que já foi feito com o objetivo expresso de evitar danos — destacou à BBC. — Isso me forçou a ser muito rápida e a tentar nocautear as pessoas muito rapidamente. Não foi um acidente ou sorte, foi algo que eu estava fazendo de propósito.

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