O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, chamou neste sábado as empresas de redes sociais de arrogantes e irresponsáveis, em uma nova etapa da batalha do governo para fazer com que a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, continue a pagar organizações de mídia locais pelo conteúdo destas.
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Mia Garlick, diretora de Política Regional da Meta, disse a um comitê parlamentar na sexta-feira que “todas as opções estavam sobre a mesa”, quando perguntada se a empresa baniria notícias em suas plataformas caso o governo determinasse que elas se enquadrassem no código de negociação da mídia, informou o jornal local Australian Financial Review.
De acordo com a legislação, que entrou em vigor em 2021, o secretário-assistente do Tesouro, Stephen Jones poderia obrigar a Meta a negociar pagamentos com organizações de notícias, sob o risco de incorrer em multas de 10% da sua receita na Austrália.
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Os acordos atualmente em vigor rendem cerca de 250 milhões de dólares australianos (US$ 163 milhões) por ano às editoras de mídia locais, segundo o jornal The Australian.
— Eles têm a responsabilidade de manter as notícias em suas plataformas — disse Albanese em uma entrevista coletiva de imprensa em Melbourne no sábado. — A arrogância demonstrada por essas empresas internacionais de mídia social não está em conformidade com a responsabilidade social que elas têm.
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A Alphabet, dona de Google e YouTube, e a Meta fizeram, em 2021, acordos para pagar várias organizações de notícias australianas por conteúdo, conforme a nova legislação. Mas, em fevereiro, a Meta anunciou que não renovaria seus acordos comerciais.
Na época, a Meta disse que cada vez menos usuários estavam usando o Facebook para acessar notícias. Por isso, havia decidido não fechar novos acordos comerciais quando os atuais expirassem. A empresa acrescentou, no entanto, que os usuários do Facebook continuariam a poder compartilhar links de notícias em seus feeds.
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Após o anúncio da Meta, Jones afirmou que o governo australiano iria reagir, porque não se tratava de uma startup, mas de uma das maiores e mais lucrativas empresas do mundo. E disse que ela ganha “milhões e milhões de dólares” com o conteúdo dos jornais.
As empresas de mídia Seven West Media e Nine Entertainment apontaram, esta semana, o fim do acordo como uma das razões para cortar empregos.
— Eles deveriam cumprir os compromissos que haviam assumido anteriormente — disse Albanese.