Consta que o francês Pierre Boule, autor de “A ponte do Rio Kwai” (1952), levado ao cinema em 1957, ficou incrédulo quando outro livro seu teve direitos comprados por Hollywood. Enquanto o primeiro era uma clássica aventura de guerra, “O Planeta dos Macacos” (1963) era uma ficção científica viajante sobre astronautas perdidos em um mundo onde chimpanzés, orangotangos e gorilas dominavam humanos. Sessenta anos depois, sua obra gerou uma das mais longevas franquias do entretenimento, com duas séries de TV, quadrinhos e (sem contar o longa que estreia amanhã) nove filmes — e até um tributo dos Trapalhões. Confira abaixo.
‘O Planeta dos Macacos’ (1968)
Sci-fi de luxo, tipo “Duna”, levou Oscar pela maquiagem. A estrela é Charlton Heston, astronauta seminu que faz a descoberta: o mundo maluco onde foi parar é a própria Terra, no futuro.
‘De volta ao Planeta dos Macacos’ (1970)
Começa repetindo o primeiro filme, mas logo vira outro, pior e com restrições orçamentárias, sobre humanos dos subterrâneos que idolatram uma bomba nuclear.
‘Fuga do Planeta dos Macacos’ (1971)
É uma viagem (no tempo): primatas do futuro distópico chegam aos EUA dos anos 1970, onde são perseguidos, mas deixam um filhote — crucial na franquia.
‘A conquista do Planeta dos Macacos’ (1972)
A alegoria não é mais do perigo nuclear, mas da luta de classes: escravizados por humanos, primatas se revoltam. Seu líder? César, bebê do filme anterior.
‘Batalha do Planeta dos Macacos’ (1973)
Já 100% no território do filme B, o capítulo final da primeira série de longas mostra César buscando a paz entre primatas e humanos para evitar o cenário do primeiro longa.
‘O trapalhão no Planalto dos Macacos’ (1976)
O.k., não é oficial, mas vale. Em um tempo de copyright bem menos vigilante, Renato Aragão e Dedé vão parar em uma terra onde macacos falam e dominam humanos.
‘Planeta dos Macacos’ (2001)
Eis que, 25 anos depois, o cineasta Tim Burton ressuscita a saga com uma história que se passa de fato em outro planeta. Com recepção morna, não fez sucesso para gerar uma sequência.
‘Planeta dos Macacos: a origem’ (2011)
Reboot de succeso do casal de produtores e roteiristas Rick Jaffa e Amanda Silver, trouxe a campanha para que Andy Serkis (César) fosse indicado ao Oscar — mas não rolou.
‘Planeta dos Macacos: o confronto’ (2014)
Os humanos, dizimados por uma praga, veem os macacos de César construírem sua civilização — até que um conflito interno aleatório desanda o progresso e o próprio filme.
‘Planeta dos Macacos: a guerra’ (2017)
A trilogia iniciada em 2011 termina bem, citando filmes anteriores, clássicos do faroeste e até “Apocalypse now”, inspiração para o vilão de Woody Harrelson.