Quem nunca sentiu uma pontinha de angústia quando escutou na TV a vinheta de um programa dominical anunciando o término do fim de semana, que atire a primeira pedra. Muitas vezes é só uma preguiça natural de pensar em voltar à rotina de trabalho na segunda. Porém, pode ser um alerta para algo a ser observado.
Segundo artigo publicado pela American Psychological Association, o comportamento, chamado de “síndrome de domingo à noite”, pode esconder uma falta de motivação importante, que precisa ser observada, e até necessitar de ajuda médica. Em geral, síndromes são um conjunto de sinais e sintomas que vão manifestar clinicamente uma ou várias doenças.
Na maioria das vezes, no entanto, essa angústia é algo natural, explica o psicólogo e professor Leonardo Soares, que aponta a seguir algumas atitudes que ajudam a driblar essa sensação, possibilitando que o dia de folga seja aproveitado até o fim.
1- PLANEJAMENTO
Em vez de planejar a semana no domingo, tire uns minutinhos no sábado para fazer isso.
— Se você tiver controle sobre a rotina dos próximos dias, não vai pensar nisso aos domingos, que é quando o gatilho dispara. Rotina significa rota, direção. E o nosso cérebro trabalha melhor quando a gente tem previsibilidade.
2- DIVERSÃO
Que tal programar de ir ao cinema em plena quarta-feira ou encontrar os amigos depois do expediente?
— Planejar coisas que proporcionem um tempo de qualidade pode mudar inteiramente seu ânimo e sua relação com os dias úteis — sugere Leonardo.
3- ESTAR PRESENTE
Em vez de sofrer por antecipação, a dica é transformar o final de domingo em algo especial, com um momento de autocuidado no banho, por exemplo.
— Deixe o banheiro escuro, acenda uma vela e bote uma música que você curta. Quem não tem banheira pode pegar uma cadeira de plástico, posicionar sob o chuveiro e sentir a água escorrendo pelo corpo. Isso vai ajudar a estabilizar seus sentidos.
Prestar atenção onde o sabonete encosta o corpo, no sabor da comida durante a refeição, na respiração ao longo do dia é o que Leonardo define como técnicas de “presentificação”.
— Essa ansiedade tem muito a ver com o fato de a gente viver no passado ou no futuro. Quando a gente pensa em "se tivesse feito, se tivesse estudado" ou "quando fizer, quando tiver", deixando de pensar no aqui e agora.
4- LIMITES
A folga pede desconexão dos grupos profissionais.
— Se a gente não prestar atenção, acaba sendo engolido pelo trabalho. Desconectar-se da internet é o ideal.
Agora, se não tem como se desligar totalmente, é importante estabelecer limites na sua atividade.
— Se você está com uma tarefa gigante da qual não pode se ausentar inteiramente, programe-se para olhar o celular apenas uma vez por turno — indica o profissional.
5- MODERAÇÃO
Tudo bem beber com os amigos, mas o excesso de álcool no sábado à noite comumente se traduz em uma ressaca no domingo.
— Essas substâncias vão acabar mexendo no seu humor e agravar ainda mais a síndrome de domingo à noite.
Isso sem contar no dia totalmente jogado fora.
— Quando você abre o olho, o dia acabou, e a semana já começa atravessada.
6- ATENÇÃO
Para parar de sofrer com a musiquinha dos programas dominicais, é fundamental entender o que está guardado dentro de você que, ao conectar-se com esse externo, o deixa tão vulnerável.
— Se for algo que a gente vive ali, mas depois consegue voltar às nossas atividades, tudo bem. Agora, se você já testou todas as técnicas e sempre aquilo traz sofrimento, é importante procurar ajuda — recomenda o psicólogo.