'Hornet': Entenda como funciona app de relacionamento usado por jovem morto após marcar encontro em SP

Leonardo Nunes foi baleado na Vila Natália, na Zona Sul de São Paulo, após encontrar uma pessoa que conheceu pelo aplicativo; outros usuários relatam insegurança

Por O Globo — Rio de Janeiro


Corpo de Leonardo Nunes foi encontrado na zona sul da Capital paulista Reprodução

O aplicativo Hornet, usado pelo jovem Leonardo Nunes para marcar o falso encontro onde foi assassinado, na Vila Natália, na Zona Sul de São Paulo, é conhecido no meio LGBTQIAP+. A plataforma é utilizada especialmente por homens que desejam marcar encontros casuais com outros homens, e se tornou popular com o passar dos anos.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a vítima havia marcado um encontro por um aplicativo na noite de quarta-feira (12) e compartilhado a localização com um amigo. Depois de não responder até o horário combinado, foi registrada uma ocorrência por desaparecimento na 5ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP.

Após ser baleado, o jovem chegou a ser socorrido ao Pronto Socorro do Hospital Ipiranga, mas não resistiu e morreu. Foram solicitados exames ao Instituto Médico Legal.

Como funciona o Hornet?

O aplicativo funciona por meio de cadastro, onde milhões de usuários podem criar contas e compartilhar fotos. Algumas das imagens podem ser privadas, liberadas apenas para pessoas selecionadas.

'Hornet': Entenda como funciona app de relacionamento usado por jovem morto após marcar encontro em SP — Foto: Reprodução/Hornet

É com o uso do GPS que o aplicativo localiza pessoas próximas. Caso haja interesse mútuo, os usuários marcam o encontro.

Segundo outros usuários de aplicativos como o Hornet e o Grindr, que estão entre os mais populares, as plataformas têm sido cada vez mais inseguras.

Na rede X, um usuário relatou ter passado por algo semelhante ao caso de Leonardo há poucas semanas. Segundo ele, o homem marcou encontro e passou um endereço inexistente. Ao chegar no suposto local e descer do carro de aplicativo, ouviu o som dos disparos.

Nas redes sociais, a mãe de Leonardo lamentou o assassinato do filho. Adriana Rodrigues disse que Leonardo Nunes era “um ser humano iluminado, incapaz de fazer maldade a qualquer pessoa ou animal”.

"Meu coração sangra de receber uma notícia monstruosa dessa. Meu filho era uma pessoa maravilhosa. Um ser humano iluminado, incapaz de fazer maldade a qualquer pessoa ou animal. Essa luta agora é minha, aliás é nossa. Comunidade LGBT 🏳️‍🌈 vamos para cima. 😭❤️", escreveu Adriana.

O corpo de Leonardo foi velado neste sábado (15), no Cemitério Parque dos Pinheiros, na Vila Nova Galvão. Leonardo era natural de Minas Gerais, mas vivia na capital paulista. Amigos também lamentaram a morte do jovem e apontaram que o crime pode ter sido motivado por homofobia.

Em um relato emocionado, Evelyn Andrade, amiga do jovem, afirmou que ele era "o amor da minha vida, meu melhor amigo". Segundo Evelyn, o jovem estava conversando com o suspeito pelo Hornet no Dia dos Namorados. Ele não informou o nome nem mostrou fotos da pessoa. "O dia 12 de junho deixa as pessoas muito vulneráveis e sensíveis, muito triste que alguém se aproveitou dessa fragilidade para cometer um crime."

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