Rodrigo Capelo
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GERADO EM: 18/06/2024 - 11:58

Crise no Corinthians: Liga Forte União

O Corinthians enfrenta uma crise ampla e generalizada, com impacto no futuro do futebol brasileiro. A possibilidade de adesão à Liga Forte União gera questionamentos sobre a capacidade de execução do presidente Augusto Melo. A decisão envolve redução no valor do contrato de transmissão e empréstimo ligado ao desempenho do time. A incerteza no cenário corintiano torna o problema uma preocupação coletiva.

Justo no momento em que se decide o que será do próximo ciclo dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, de 2025 a 2029, o Corinthians entra em crise ampla e generalizada — esportiva, financeira e moral. É aí que o abalo de um clube passa a afetar o futuro de todos os outros, em maior ou menor medida. O presidente Augusto Melo ainda não anunciou o que fará, embora tenha a decisão praticamente tomada. Será o cartola capaz de executá-la?

A diretoria alvinegra está preparada para sair da Libra e aderir à Liga Forte União (LFU). O contrato está redigido, revisado e aguarda assinaturas. O Corinthians não conseguiu uma garantia mínima de receita propriamente dita, como gostaria Augusto, mas o que chamam de “colchão”: a adesão virá acompanhada de um empréstimo atrelado à performance do time no campeonato. Se a posição na tabela ficar abaixo do combinado, parte da dívida será perdoada.

A negociação vinha sendo amarrada pelo lado corintiano por Rozallah Santoro, diretor financeiro, que saiu após as denúncias de desvio de dinheiro das comissões de patrocínios. Muda alguma coisa, então? Dificilmente. A posição está prestes a ser preenchida por um novo diretor financeiro, com currículo respeitável, de fora do ambiente do futebol, oriundo da XP Investimentos — que, por sinal, assessora a LFU. Nomes deverão ser anunciados em breve.

Em condições normais, tal decisão já causaria furor. O Corinthians deixaria o bloco que tem Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos, Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Grêmio, Bahia e Vitória. O valor do contrato com a Globo seria reduzido em R$ 273 milhões — 10% pela ausência do Corinthians, 11% pela baixa de nove para oito clubes na Série A, com o possível rebaixamento de um membro. O contrato passaria de R$ 1,3 bilhão por ano para R$ 1,1 bilhão.

Nas condições extraordinárias em que está o Corinthians, fica tudo ainda mais difícil. Augusto será questionado sobre esses aspectos. Financeiramente, o empréstimo a ser feito pelos investidores da LFU pode ser uma injeção de capital útil na atual crise. Mas que ninguém se engane sobre os conceitos; empréstimo é dívida. Não é receita, nem é prêmio. Para um clube que já deve mais de R$ 2 bilhões, dói. Receita, por enquanto, é somente uma promessa na LFU.

Numa negociação deste tamanho, também haverá dúvidas em relação às comissões. Existe intermediário na negociação entre Corinthians e LFU? Qual empresa, a quem ela pertence? Essas não são curiosidades minhas, mas questões que serão marteladas por opositores de Augusto na política corintiana na hora em que o negócio for anunciado. O “governo” dele está frágil. E então retorno à pergunta inicial: o cartola será capaz de executar o que pretende?

A incerteza faz do problema do Corinthians um problema de todos. A Livemode, agência que vende o pacote de transmissão da LFU, adoraria ter as 19 partidas de mandante do Corinthians para incrementar seu plano comercial. A Libra, que está resolvida em seu contrato, aguarda a comercialização alheia para saber se ainda existe chance de haver liga. Investidores e clubes querem saber das cifras finais — quanto ganhará cada um, afinal. E aí, Augusto? Vai ou racha?

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