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Por AFP — Paris

Nos "Jogos Aprimorados", o doping é incentivado pelo objetivo de bater recordes, apesar dos riscos para a saúde dos atletas. O planejamento da competição vai contra regras rígidas de torneios, como os Jogos Olímpicos de Paris, tem gerado polêmica na comunidade esportiva internacional.

Os "novos Jogos" não estão sujeitos às regras da Agência Mundial Antidopagem, por isso eventuais feitos e superações de recordes não poderão ser homologados. Mesmo assim, o objetivo é "ajudar a humanidade a evoluir com segurança para uma nova humanidade aumentada", segundo os organizadores do projeto.

Na visão de especialistas, porém, forçar os atletas a tomarem drogas em níveis extremos vai submetê-los ao risco de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e até de morte.

Ainda é incerto se este tipo de competição sem precedentes ocorrerá ou não em 2025. O presidente da Federação Mundial de Atletismo, Sebastian Coe, chegou a chamar o projeto de “lixo”. Mas o ímpeto parece estar crescendo desde que o nadador olímpico australiano aposentado James Magnussen se comprometeu a participar, há alguns meses.

Os organizadores citam o apoio de vários milhões de dólares de vários investidores, incluindo o bilionário libertário americano Peter Thiel, fundador do PayPal e da Palantir.

A simples ideia de que este projeto "extremamente perigoso" possa vir a ser concretizado choca Astrid Kristine Bjornebekk, pesquisadora do Hospital Universitário de Oslo. A cientista, que estudou os danos dos esteroides anabolizantes no cérebro dos levantadores de peso, alertou para uma possível incitação ao “consumo ilimitado” das substâncias.

James Magnussen — Foto: Reprodução/Instagram
James Magnussen — Foto: Reprodução/Instagram

James Magnussen declarou durante um podcast que iria “se encher de energia” para ganhar o milhão de dólares oferecido para bater o recorde mundial nos 50 metros nado livre, pertencente ao brasileiro César Cielo. Além da natação, os “Jogos Aprimorados” incluem provas de atletismo, ginástica, levantamento de peso e esportes de combate.

Misturar esteroides e esportes como artes marciais mistas “aumenta significativamente” o risco de morte durante a competição, segundo Astrid Kristine Bjornebekk.

'Sem limites para as substâncias'

Para evitar tais riscos, um porta-voz dos “Jogos Aprimorados” disse à AFP que os atletas inscritos seriam “supervisionados continuamente”, com exames de saúde, exames psicológicos e monitoramento por meio de novas tecnologias como um “ecocardiograma portátil”.

Na opinião dos especialistas, os esteroides anabolizantes serão provavelmente a droga mais comum nessa competição. O uso excessivo desses produtos causa danos ao fígado ou aos rins, hipertensão, colesterol, aumento do risco de câncer ou problemas de saúde mental.

Também poderia ser usado um cocktail de medicamentos, com hormônios de crescimento, insulina e muitas outras substâncias, incluindo tratamentos para compensar os efeitos secundários de outros fármacos, disse Dominic Sagoe, da Universidade Norueguesa de Bergen.

As combinações “mais perigosas são provavelmente aquelas que permitem o melhor desempenho”, segundo o especialista de Oslo.

Para o porta-voz dos “Jogos Aprimorados”, os “efeitos secundários e eventos adversos” devidos a substâncias que melhoram o desempenho “poderiam sem dúvida ser evitados com supervisão clínica adequada e aconselhamento especializado”.

Uma comissão médica e um conselho científico ainda avaliam como melhor verificar a saúde e a segurança dos atletas, acrescentou o representante.

Matthew Dunn, pesquisador de esteroides da Universidade Deakin, na Austrália, expressou preocupação com a possibilidade de os participantes da competição comprarem drogas no mercado paralelo e usá-las sem supervisão. Ele reconheceu que, apesar dos esforços, as competições tradicionais como as Olimpíadas “não são 100% limpas” e ponderou que seria “interessante ver o que o corpo humano pode alcançar quando é aprimorado”.

Apresentada como um meio de aumentar a liberdade dos atletas, esta competição poderá acabar por se transformar num “instrumento de coerção”, analisou John William Devine, especialista em ética desportiva da Universidade Britânica de Swansea.

— Sem limites às substâncias para aumentar o desempenho, serão os atletas pressionados pelos seus treinadores, pelos seus companheiros de equipe, pelos seus governos, até pelos seus patrocinadores, a correr riscos que não teriam corrido de outra forma? — questionou ele.

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